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Muro de Berlim é reeguido em forma de obra panorâmica 360°

Artista Yadegar Asisi reergueu o muro na passagem fronteiriça de Checkpoint Charlie em forma de obra panorâmica 360°


	Alemães junto ao muro de Berlim: público poderá viajar no tempo até um dia fictício dos anos 80 e acompanhar o dia a dia das pessoas
 (Getty Images)

Alemães junto ao muro de Berlim: público poderá viajar no tempo até um dia fictício dos anos 80 e acompanhar o dia a dia das pessoas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2012 às 21h07.

Berlim - O Muro de Berlim, que durante 28 anos dividiu a cidade em dois, voltou a ser erguido na passagem fronteiriça de Checkpoint Charlie, desta vez em forma de obra panorâmica 360° assinada pelo artista Yadegar Asisi.

A partir deste domingo, o público poderá viajar no tempo até um dia fictício dos anos 80 e acompanhar o dia a dia das pessoas.

O espectador poderá se transformar em testemunha de uma mudança no bairro ocidental de Kreuzberg, observar grafiteiros estampando suas obras no muro e ainda ver clientes se divertindo em um bar.

Enquanto as fachadas cinzentas da parte oriental têm cartazes com palavras de ordem da extinta República Democrática Alemã (RDA), as do oeste estão iluminadas por publicidade do mundo ocidental. O artista também não se esqueceu dos guardas fronteiriços, que de suas torres de controle observavam a vida de ambos os lados.

Esta obra panorâmica de 360° tem 60m de comprimento e 15m de altura, e é uma releitura do muro erguido em 1961 e derrubado em 1989. Essa é a obra mais pessoal do artista e oferece uma perspectiva do tempo em que a cidade de Berlim era dividida.

No entanto, a obra não fala da relação histórica entre o leste e o oeste. Segundo o criador, ela tem como objetivo mostrar como as "pessoas conseguiam conviver com algo terrível naquela época".


"Nos anos 80, vivi em Kreuzberg. A panorâmica resume parte das minhas experiências em muitas cenas e detalhes", explicou o artista durante a apresentação da obra.

Asisi reconheceu ter se assustado ao responder para um amigo que as pessoas "viviam normalmente" junto ao muro. A conversa lhe deu o impulso que faltava para embarcar neste novo projeto, que ficou pronto após três anos e meio de trabalho.

Segundo o artista, as ditaduras obrigam as pessoas a viverem situações que não são normais, embora muitas vezes aprender a viver em determinadas circunstâncias corresponde a um "instinto de sobrevivência".

Essa "normalidade do absurdo cotidiano" se transformou, para o artista, em "um tema muito emocionante", no qual atuou como "testemunha de uma época". "A exatidão documentária não é meu objetivo, mas a exatidão do ambiente", ressaltou Asisi.

O secretário de Estado de Cultura de Berlim, André Schmitz, agradeceu Asisi por conta do "magnífico presente" para a cidade e ressaltou que "o artista representou com dignidade um lugar tão especial".

A fronteira de Checkpoint Charlie é "um lugar mágico - não só para turistas, mas também para os berlinenses-, e deixou muitas marcas", disse o secretário.

A panorâmica, que abrirá suas portas ao público neste domingo, ficará em cartaz por 19 meses.

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