Mudança climática provoca 'estresse térmico' nas aves
Estudo mostra que aquecimento global faz aves e borboletas europeias voarem para longe de seus habitats mais adequados
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2012 às 15h24.
Barcelona - As aves e borboletas europeias se deslocam em direção ao norte seguindo a mudança climática, uma 'viagem' que não é rápida e que acaba impedindo que estas espécies permaneçam em áreas mais adequadas, o que acaba provocando um estresse térmico constante.
Denominado 'dívida climática', este fenômeno pode representar um problema para a conservação da biodiversidade europeia, como apontam os autores da pesquisa internacional que revela que as borboletas e os pássaros se movimentam para o norte em ritmos diferentes.
Elaborada em colaboração com a Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) e publicada na revista 'Nature', a pesquisa mostra que os pássaros podem ser encontrados 212 quilômetros afastados de suas áreas climáticas adequadas, enquanto as borboletas estão a 135 quilômetros.
Por conta desta alteração, muitas espécies que antes conviviam no mesmo espaço agora já não coincidem e, por isso, os ecossistemas europeus estão mudando 'em velocidades nunca vistas antes', assinalam os pesquisadores do Centro de Pesquisa Ecológica e Aplicações Florestais (CREAF) da universidade espanhola.
Muitos pássaros que se alimentam de lagartas de borboletas não teriam alimento suficiente e, em geral, isto poderia desencadear em uma menor disponibilidade de recursos para outro bom número de espécies.
O trabalho demonstra que durante as duas últimas décadas, a distribuição das comunidades de aves e de borboletas no território europeu foi respondendo de forma descompassada ao aquecimento global, uma dívida climática que ameaçam uma série de espécies.
Os resultados do estudo mostram que, entre 1990 e 2008, a temperatura média europeia se deslocou em direção ao norte 249 quilômetros. Para manter as condições meteorológicas parecidas, as espécies deveriam ter percorrido os mesmos quilômetros no mesmo período de tempo.
No entanto, o estudo revela que, na média, as comunidades de aves na Europa se movimentaram em direção ao norte só 37 quilômetros, enquanto as borboletas teriam percorrido 114 quilômetros, um fato que gera essa forma de defasagem.
'A dívida climática e o estresse térmico fazem com que tanto os pássaros como as borboletas sejam cada vez mais vulneráveis a possíveis ameaças', aponta o especialista Constanti Stefanescu do Museu de Granollers de Ciências Naturais, que participou da pesquisa.
Para desenvolver este estudo, os pesquisadores calcularam a temperatura média em que vive cada espécie e, a partir destes dados e dos acompanhamentos de aves e borboletas, compararam com a temperatura associada a cada comunidade (CTI).
Analisando o valor do CTI em mais de 10 mil áreas de amostragem de biodiversidade, desde Escandinávia até a bacia Mediterrânea, foi constatado que este índice aumentou (entre 1990-2008) em magnitude de deslocamentos em direção ao norte de forma surpreendente.
Este resultado não é relacionado apenas com a chegada de novas espécies, mas, principalmente, por mudanças na abundância das povoações, segundo os dados obtidos na Finlândia, Suécia, Reino Unido, Países Baixos, República Tcheca, França e Espanha.
O aumento do CTI durante o período de estudo foi visualizado na maior parte dos países europeus, mas o deslocamento em direção ao norte é muito mais visível nos países escandinavos, onde os efeitos da mudança climática seriam mais influentes que nos mediterrâneos
Barcelona - As aves e borboletas europeias se deslocam em direção ao norte seguindo a mudança climática, uma 'viagem' que não é rápida e que acaba impedindo que estas espécies permaneçam em áreas mais adequadas, o que acaba provocando um estresse térmico constante.
Denominado 'dívida climática', este fenômeno pode representar um problema para a conservação da biodiversidade europeia, como apontam os autores da pesquisa internacional que revela que as borboletas e os pássaros se movimentam para o norte em ritmos diferentes.
Elaborada em colaboração com a Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) e publicada na revista 'Nature', a pesquisa mostra que os pássaros podem ser encontrados 212 quilômetros afastados de suas áreas climáticas adequadas, enquanto as borboletas estão a 135 quilômetros.
Por conta desta alteração, muitas espécies que antes conviviam no mesmo espaço agora já não coincidem e, por isso, os ecossistemas europeus estão mudando 'em velocidades nunca vistas antes', assinalam os pesquisadores do Centro de Pesquisa Ecológica e Aplicações Florestais (CREAF) da universidade espanhola.
Muitos pássaros que se alimentam de lagartas de borboletas não teriam alimento suficiente e, em geral, isto poderia desencadear em uma menor disponibilidade de recursos para outro bom número de espécies.
O trabalho demonstra que durante as duas últimas décadas, a distribuição das comunidades de aves e de borboletas no território europeu foi respondendo de forma descompassada ao aquecimento global, uma dívida climática que ameaçam uma série de espécies.
Os resultados do estudo mostram que, entre 1990 e 2008, a temperatura média europeia se deslocou em direção ao norte 249 quilômetros. Para manter as condições meteorológicas parecidas, as espécies deveriam ter percorrido os mesmos quilômetros no mesmo período de tempo.
No entanto, o estudo revela que, na média, as comunidades de aves na Europa se movimentaram em direção ao norte só 37 quilômetros, enquanto as borboletas teriam percorrido 114 quilômetros, um fato que gera essa forma de defasagem.
'A dívida climática e o estresse térmico fazem com que tanto os pássaros como as borboletas sejam cada vez mais vulneráveis a possíveis ameaças', aponta o especialista Constanti Stefanescu do Museu de Granollers de Ciências Naturais, que participou da pesquisa.
Para desenvolver este estudo, os pesquisadores calcularam a temperatura média em que vive cada espécie e, a partir destes dados e dos acompanhamentos de aves e borboletas, compararam com a temperatura associada a cada comunidade (CTI).
Analisando o valor do CTI em mais de 10 mil áreas de amostragem de biodiversidade, desde Escandinávia até a bacia Mediterrânea, foi constatado que este índice aumentou (entre 1990-2008) em magnitude de deslocamentos em direção ao norte de forma surpreendente.
Este resultado não é relacionado apenas com a chegada de novas espécies, mas, principalmente, por mudanças na abundância das povoações, segundo os dados obtidos na Finlândia, Suécia, Reino Unido, Países Baixos, República Tcheca, França e Espanha.
O aumento do CTI durante o período de estudo foi visualizado na maior parte dos países europeus, mas o deslocamento em direção ao norte é muito mais visível nos países escandinavos, onde os efeitos da mudança climática seriam mais influentes que nos mediterrâneos