Navio de pesquisas e abastecimento alemão navega no Ártico (AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2012 às 21h09.
Nações Unidas - Situações extremas causadas pela mudança climática se tornaram "o novo normal", e a recente supertempestade Sandy deve servir de lição para que o mundo busque políticas ambientalmente mais saudáveis, disse na sexta-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
A sede da ONU, em Nova York, passou três dias fechada por causa da supertempestade, que atingiu o nordeste dos EUA em 29 de outubro e deixou pelo menos 121 mortos nos EUA e Canadá, além de inundar cidades litorâneas e deixar milhões de pessoas sem energia.
"Todos nós sabemos das dificuldades em atribuir uma única tempestade à mudança climática. Mas também sabemos o seguinte: o clima extremo devido à mudança climática é o novo normal", disse Ban aos 193 países da Assembleia Geral da ONU.
"Essa pode ser uma verdade desconfortável, mas que ignoramos por nossa conta e risco. Os melhores cientistas do mundo estão soando o alarme há muitos anos", afirmou. "Não pode haver como olhar para o lado, em persistir na normalidade... Essa deveria ser uma das principais lições do furacão Sandy."
O chefe de segurança da ONU, Gregory Starr, disse na semana passada que a sede da entidade, à margem do rio East, sofreu graves danos por causa da inundação em seus subsolos. Por causa disso, uma reunião do Conselho de Segurança sobre a Somália, na semana passada, precisou ser transferida para um edifício temporário dentro do terreno da ONU.
Algumas delegações criticaram duramente a gestão da ONU na segunda-feira por causa do "colapso quase total nas comunicações" com os Estados membros depois da passagem da tempestade.
"Nossos serviços globais foram fornecidos sem interrupção", defendeu-se Ban. "No entanto, está claro que ao focar tanto em operações e infraestrutura, ficamos devendo no que diz respeito a comunicações." "Aprendemos que muitos endereços de email estavam desatualizados ou de outra forma incorretos", disse ele. "E, num sentido mais amplo, deveríamos ter nos empenhado mais para atualizar os Estados membros, tanto os funcionários quando o público como um todo, sobre o impacto e as implicações da tempestade." Michael Adlerstein, que comanda uma reforma física de 1,9 bilhão de dólares na sede da ONU, a ser concluída em 2013, disse que a tempestade Sandy não vai causar atrasos nas obras.