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Muçulmanos se reúnem no monte Arafat para clímax do haj

Peregrinos vestidos com túnicas brancas passaram a noite em um acampamento ao redor da colina onde o islamismo afirma que Deus testou a fé de Abraão

Arábia Saudita disse que mais de dois milhões de peregrinos, a maioria de fora do país, chegaram para o ritual de peregrinação de cinco dias (Suhaib Salem/Reuters)
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Reuters

Publicado em 31 de agosto de 2017 às 10h46.

Última atualização em 31 de agosto de 2017 às 10h55.

Arafat, Arábia Saudita - Dois milhões de muçulmanos se reuniram no monte Arafat nesta quinta-feira para uma vigília para expiar os pecados e pedir perdão a Deus, o clímax da peregrinação anual do haj.

Peregrinos vestidos com túnicas brancas passaram a noite em um acampamento ao redor da colina onde o islamismo afirma que Deus testou a fé de Abraão ordenando que ele sacrificasse seu filho Ismael e onde o profeta Maomé fez seu último sermão.

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Outros fiéis que oravam na área vizinha Mina subiram deônibus ou a pé antes do amanhecer, enquanto as forças de segurança direcionavam o tráfego e helicópteros sobrevoavam a região.

Alguns peregrinos escavaram assentos na encosta irregular da colina e levaram guarda-chuvas para se protegerem do sol. Outros ainda encheram as estradas próximas, nas quais as temperaturas se aproximaram dos 40 graus Celsius.

Homens e mulheres de quase todos os países do mundo estavam lado a lado, alguns chorando no ombro do vizinho.

Um peregrino sírio idoso sentado na encosta gritou "Ó Deus, exerça vingança sobre os opressores". Outros ao seu redor responderam "Amém".

Awfa Nejm, vindo de um vilarejo próximo de Homs, disse: "Pedimos a Deus que proteja a Síria e seu povo e a faça voltar ao que era antes".

Amin Mohammed, um nigeriano de 27 anos, disse estar rezando pela paz em seu país.

A Arábia Saudita disse que mais de dois milhões de peregrinos, a maioria de fora do país, chegaram para o ritual de cinco dias, uma obrigação religiosa que todo muçulmano física e financeiramente apto deve realizar ao menos uma vez na vida.

O xeique Saad al-Shathri, um clérigo saudita importante, fez um sermão ao meio-dia denunciando o terrorismo e a violência contra civis.

"A sharia veio para preservar a segurança das nações e cultivar a benevolência nos corações (das pessoas)", disse, referindo-se ao código legal e moral islâmico extraído dos ensinamentos do Corão e das tradições de Maomé.

Ele pediu que os peregrinos deixassem a política de lado durante o haj e se confraternizassem como muçulmanos.

"Este não é o lugar de slogans partidários ou movimentos sectários que resultaram em grandes massacres e no deslocamento de milhões".

Mas a violência no Oriente Médio, incluindo as guerras na Síria, no Iraque, no Iêmen e na Líbia, certamente estará nas mentes de muitos peregrinos, que passarão o resto do dia no monte Arafat.

Em 2015, centenas pessoas morreram esmagadas quando dois grandes grupos de peregrinos chegaram juntos em uma encruzilhada em Mina, a poucos quilômetros a leste de Meca, a caminho de Jamarat. Foi o pior desastre a ocorrer durante o haj em pelo menos 25 anos.

As autoridades dizem que tomaram todas as precauções necessárias este ano, com mais de 100 mil membros das forças de segurança e 30 mil agentes de saúde a postos para manter a segurança e oferecer pronto atendimento.

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