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MP belga pede 20 anos de prisão para autor dos ataques em Paris

Ministério Público acusa Abdeslam, franco-marroquino de 28 anos, e seu cúmplice, o tunisiano de 24 anos Sofien Ayari, de tentativa de assassinato terrorista

Tribunal Correcional julga os dois homens por um tiroteio com a polícia ocorrido em 15 de março de 2016 (Emmanuel Dunand/Reuters)
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EFE

Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 14h25.

Bruxelas - O Ministério Público (MP) da Bélgica pediu nesta segunda-feira 20 anos de prisão, com 13 de cumprimento obrigatório, para Salah Abdeslam, o único jihadista que sobreviveu aos atentados de Paris em novembro de 2015, que está sendo julgado em Bruxelas por um tiroteio com a polícia quatro meses após os ataques na capital francesa.

O MP acusa Abdeslam, franco-marroquino de 28 anos, e seu cúmplice, o tunisiano de 24 anos Sofien Ayari, de tentativa de assassinato terrorista, que prevê penas de até 20 anos de prisão.

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O Tribunal Correcional julga os dois por um tiroteio com a polícia ocorrido em 15 de março de 2016, em que três agentes ficaram feridos e um terceiro terrorista foi abatido, o argelino Mohamed Belkaid, de 35 anos.

O incidente aconteceu quatro meses depois que Abdeslam participou dos atentados simultâneos em Paris e seus arredores, nos quais 130 pessoas foram assassinadas.

A partir de impressões digitais e vestígios de DNA, a procuradora Kathleen Grosjean deu como comprovado que Abdeslam e Ayari eram os outros dois ocupantes do apartamento de onde foram disparados 21 tiros contra a polícia.

"É um milagre que não tenha havido mortos", disse Grosjean, que lembrou que o tiroteio começou em um edifício habitado.

A procuradora explicou que, durante o ataque, Belkaid ficou no apartamento disparando contra os agentes para morrer como "mártir", enquanto Abdeslam e Ayari escaparam com "uma arma, dois carregadores, um telefone com as coordenadas dos outros membros do grupo com a intenção de salvar a pele e continuar com o seu combate".

Belkaid foi abatido por um franco-atirador e no interior do apartamento foi encontrado um segundo fuzil de assalto, além do que foi levado pelos fugitivos, bem como uma bandeira do grupo terrorista do Estado Islâmico e "livros religiosos radicais".

Os terroristas estavam escondidos em um "apartamento conspirativo" e pretendiam "desestabilizar o país", e utilizaram as duas armas na sua tentativa de escapar da polícia.

O MP sustenta que não é possível que uma mesma pessoa segurasse e disparasse simultaneamente ambas as "armas de guerra", nem que uma só pessoa tivesse tempo para ir mudando de fuzil.

Na sua opinião, o segundo atirador foi Ayari e não Abdeslam, pois seu DNA foi encontrado no gatilho e nos carregadores, embora seja impossível estabelecer com certeza.

"No plano jurídico não tem nenhuma importância", pois ambos são considerados "co-autores" do tiroteio, acrescentou a procuradora, que ressaltou que o acusado não mostrou remorso.

Ayari, por sua vez, alegou que seu DNA foi encontrado na arma porque tinha tocado nela antes do tiroteio.

Abdeslam, então o homem mais procurado da Europa, conseguiu escapar da polícia naquele tiroteio, mas foi detido três dias depois.

Quatro dias mais tarde, outros quatro membros da mesma célula terrorista mataram 32 pessoas em dois atentados suicidas quase simultâneos contra o metrô e o aeroporto de Bruxelas.

Também participou desses ataques Mohamed Abrini, um quarto terrorista que é amigo da infância de Abdeslam.

Abrini foi detido em abril de 2016 e desde então permanece preso na Bélgica à espera de julgamento.

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