Morte de Seymour Hoffman levanta debate sobre heroína
A repentina morte do ator por uma suposta overdose de heroína levantou a questão sobre a volta dessa droga aos Estados Unidos
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 08h39.
Washington - A repentina morte do ator Philip Seymour Hoffman por uma suposta overdose de heroína levantou a questão sobre a volta dessa droga aos Estados Unidos , onde o consumo cresceu 79% entre 2007 e 2012, segundo os últimos dados oficiais.
A heroína, droga que causou estragos nos anos 1970 e 1980, voltou às ruas dos Estados Unidos como alternativa barata e acessível aos analgésicos controladdos derivados do ópio.
Milhares de pessoas são viciadas no composto, o que causa 15 mil mortes por ano no país.
O abuso dos remédios aumentou a partir da década de 1990, uma "epidemia" que as autoridades contiveram com um controle mais severo de sua venda e a ampliação dos requisitos para obter uma receita médica.
A impactante imagem do famoso "Capote", um bem-sucedido ator de apenas 46 anos, encontrado morto neste fim de semana vestindo somente uma cueca e com uma agulha no braço, trouxe à tona um problema social e de saúde que as autoridades já vinham fazendo advertências.
Como os resultados da autópsia ainda não foram divulgados, a polícia trabalha com a hipótese de uma overdose de heroína como a causa da morte do ator, já que em seu apartamento em Nova York foram encontrados 50 papelotes da droga.
A heroína deixou de ser uma praga principalmente urbana, e já se estendeu às áreas do subúrbio e rurais.
No entanto, os números da cidade de Nova York, por exemplo, são um termômetro das dimensões do problema: as mortes provocadas pela droga aumentaram 84% entre 2010 e 2012, segundo os últimos dados oficiais.
A heroína é a alternativa para milhares de americanos viciados em analgésicos que são privados desses remédios, com um preço muito maior e um acesso mais restrito.
Um frasco de medicamentos opiáceos como o OxyContin ou o Vicodin, que exigem receita médica, são altamente viciantes e são prescritos para dores muito fortes, custa cerca de US$ 140 (cerca de R$ 340) nos EUA, enquanto uma dose de heroína pode ser obtida nas ruas por menos de US$ 10 (cerca de R$ 24).
De acordo com as autoridades de saúde, os valores explicam o aumento alarmante do número de novos usuários de heroína, que cresceu quase 60% na última década.
Outras causas para entender a alta do consumo de heroína nos EUA são as produções recorde desta droga nos últimos anos no Afeganistão, o aumento da qualidade e a entrada da droga pela fronteira com o México.
O problema do aumento do consumo se somam às mortes nas últimas semanas provocadas por sua versão adulterada com outros componentes, o que torna a droga 100 vezes mais potente.
No final de janeiro, vazou a informação de que pelo menos 22 pessoas morreram na região ocidental da Pensilvânia por consumir uma mistura de heroína com o remédio Fentanyl, um opiáceo utilizado para anestesia geral, uma combinação letal.
A investigação da repentina morte de Hoffman, que movimentou Hollywood, a população e os cinéfilos de todo o mundo, levantou a questão sobre os estragos causados por uma droga que no imaginário coletivo pertence à outra época.
Washington - A repentina morte do ator Philip Seymour Hoffman por uma suposta overdose de heroína levantou a questão sobre a volta dessa droga aos Estados Unidos , onde o consumo cresceu 79% entre 2007 e 2012, segundo os últimos dados oficiais.
A heroína, droga que causou estragos nos anos 1970 e 1980, voltou às ruas dos Estados Unidos como alternativa barata e acessível aos analgésicos controladdos derivados do ópio.
Milhares de pessoas são viciadas no composto, o que causa 15 mil mortes por ano no país.
O abuso dos remédios aumentou a partir da década de 1990, uma "epidemia" que as autoridades contiveram com um controle mais severo de sua venda e a ampliação dos requisitos para obter uma receita médica.
A impactante imagem do famoso "Capote", um bem-sucedido ator de apenas 46 anos, encontrado morto neste fim de semana vestindo somente uma cueca e com uma agulha no braço, trouxe à tona um problema social e de saúde que as autoridades já vinham fazendo advertências.
Como os resultados da autópsia ainda não foram divulgados, a polícia trabalha com a hipótese de uma overdose de heroína como a causa da morte do ator, já que em seu apartamento em Nova York foram encontrados 50 papelotes da droga.
A heroína deixou de ser uma praga principalmente urbana, e já se estendeu às áreas do subúrbio e rurais.
No entanto, os números da cidade de Nova York, por exemplo, são um termômetro das dimensões do problema: as mortes provocadas pela droga aumentaram 84% entre 2010 e 2012, segundo os últimos dados oficiais.
A heroína é a alternativa para milhares de americanos viciados em analgésicos que são privados desses remédios, com um preço muito maior e um acesso mais restrito.
Um frasco de medicamentos opiáceos como o OxyContin ou o Vicodin, que exigem receita médica, são altamente viciantes e são prescritos para dores muito fortes, custa cerca de US$ 140 (cerca de R$ 340) nos EUA, enquanto uma dose de heroína pode ser obtida nas ruas por menos de US$ 10 (cerca de R$ 24).
De acordo com as autoridades de saúde, os valores explicam o aumento alarmante do número de novos usuários de heroína, que cresceu quase 60% na última década.
Outras causas para entender a alta do consumo de heroína nos EUA são as produções recorde desta droga nos últimos anos no Afeganistão, o aumento da qualidade e a entrada da droga pela fronteira com o México.
O problema do aumento do consumo se somam às mortes nas últimas semanas provocadas por sua versão adulterada com outros componentes, o que torna a droga 100 vezes mais potente.
No final de janeiro, vazou a informação de que pelo menos 22 pessoas morreram na região ocidental da Pensilvânia por consumir uma mistura de heroína com o remédio Fentanyl, um opiáceo utilizado para anestesia geral, uma combinação letal.
A investigação da repentina morte de Hoffman, que movimentou Hollywood, a população e os cinéfilos de todo o mundo, levantou a questão sobre os estragos causados por uma droga que no imaginário coletivo pertence à outra época.