Morte de oposicionista derruba governo da Tunísia
O Parlamento do país foi dissolvido e eleições devem ser convocadas
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2013 às 20h13.
Túnis - Os governantes islâmicos da Tunísia dissolveram o Parlamento nesta quarta-feira e prometeram convocar eleições rapidamente na tentativa de acalmar as maiores manifestações populares no país desde a revolução de 2011 em reação ao assassinato de um líder oposicionista.
O anúncio feito pelo premiê de que um gabinete tecnocrático interino irá substituir sua coalizão de maioria islâmica ocorreu no fim de um dia que começou com o assassinato de Chokri Belaid, um advogado esquerdista que tinha relativamente poucos seguidores políticos, mas que falava por muitos que temem restrições de radicais religiosos às liberdades conquistadas na rebelião que deu início à Primavera Árabe, há dois anos.
Durante todo o dia, manifestantes enfrentaram policiais nas ruas da capital e de outras cidades, inclusive Sidi Bouzid, berço da chamada Revolução de Jasmim, que derrubou o ditador Zine al Abidine Ben Ali em janeiro de 2011.
Em Túnis, uma multidão incendiou a sede do Ennahda, partido islâmico moderado que fez a maior bancada na eleição legislativa de 16 meses atrás.
O primeiro-ministro, Hamdi Jebali, do Ennahda, foi à TV à noite para declarar que as negociações das últimas semanas entre vários partidos a respeito de uma reforma no governo fracassaram e que ele decidiu substituir todo o seu gabinete por tecnocratas apartidários até a realização de eleições o mais breve possível.
Os três partidos da coalizão passaram as últimas semanas envolvidos num impasse. O pequeno e laico Congresso pela República, do presidente Moncef Marzouki, ameaçava deixar o governo se o Ennahda não substituísse alguns dos seus ministros.
O incidente desta quarta-feira parece ter precipitado a decisão de Jebali, que continuará como primeiro-ministro.
Antes desse pronunciamento, o premiê havia lamentado a morte de Belaid. "Foi um assassinato político, e o assassinato da revolução tunisiana", afirmou.
Jebali não identificou os novos ministros, mas a medida parece ter sido bem recebida, e as ruas estavam em geral calmas ao anoitecer.
Os protestos generalizados desta quarta-feira ilustram as profundas divisões na Tunísia entre políticos islâmicos e movimentos laicos preocupados em preservar a liberdade de expressão, a liberdade cultural e os direitos femininos que eles consideram ameaçados, apenas dois anos depois de uma rebelião que encerrou várias décadas de uma ditadura apoiada pelo Ocidente.
Novos distúrbios podem ocorrer na quinta-feira, quando uma greve geral foi convocada, e na sexta-feira, quando Belaid deve ser sepultado.
Túnis - Os governantes islâmicos da Tunísia dissolveram o Parlamento nesta quarta-feira e prometeram convocar eleições rapidamente na tentativa de acalmar as maiores manifestações populares no país desde a revolução de 2011 em reação ao assassinato de um líder oposicionista.
O anúncio feito pelo premiê de que um gabinete tecnocrático interino irá substituir sua coalizão de maioria islâmica ocorreu no fim de um dia que começou com o assassinato de Chokri Belaid, um advogado esquerdista que tinha relativamente poucos seguidores políticos, mas que falava por muitos que temem restrições de radicais religiosos às liberdades conquistadas na rebelião que deu início à Primavera Árabe, há dois anos.
Durante todo o dia, manifestantes enfrentaram policiais nas ruas da capital e de outras cidades, inclusive Sidi Bouzid, berço da chamada Revolução de Jasmim, que derrubou o ditador Zine al Abidine Ben Ali em janeiro de 2011.
Em Túnis, uma multidão incendiou a sede do Ennahda, partido islâmico moderado que fez a maior bancada na eleição legislativa de 16 meses atrás.
O primeiro-ministro, Hamdi Jebali, do Ennahda, foi à TV à noite para declarar que as negociações das últimas semanas entre vários partidos a respeito de uma reforma no governo fracassaram e que ele decidiu substituir todo o seu gabinete por tecnocratas apartidários até a realização de eleições o mais breve possível.
Os três partidos da coalizão passaram as últimas semanas envolvidos num impasse. O pequeno e laico Congresso pela República, do presidente Moncef Marzouki, ameaçava deixar o governo se o Ennahda não substituísse alguns dos seus ministros.
O incidente desta quarta-feira parece ter precipitado a decisão de Jebali, que continuará como primeiro-ministro.
Antes desse pronunciamento, o premiê havia lamentado a morte de Belaid. "Foi um assassinato político, e o assassinato da revolução tunisiana", afirmou.
Jebali não identificou os novos ministros, mas a medida parece ter sido bem recebida, e as ruas estavam em geral calmas ao anoitecer.
Os protestos generalizados desta quarta-feira ilustram as profundas divisões na Tunísia entre políticos islâmicos e movimentos laicos preocupados em preservar a liberdade de expressão, a liberdade cultural e os direitos femininos que eles consideram ameaçados, apenas dois anos depois de uma rebelião que encerrou várias décadas de uma ditadura apoiada pelo Ocidente.
Novos distúrbios podem ocorrer na quinta-feira, quando uma greve geral foi convocada, e na sexta-feira, quando Belaid deve ser sepultado.