Exame Logo

Morte de Mandela deve fortalecer democracia sul-africana

O ex-presidente sul-africano deixa um importante legado a favor da igualdade de direitos entre os homens, especialmente em seu país

Mandela "perde-se um grande líder nacional e, nesse vácuo, nascem outros grupos interessados em assumir a liderança", citou especialista como um dos legados democrático do líder (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 19h35.

São Paulo - Símbolo mundial da luta contra o apartheid, o ex-presidente sul-africano e Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela deixa um importante legado a favor da igualdade de direitos entre os homens e, mesmo após sua morte, tende a contribuir para fortalecer a democracia sul-africana, segundo analistas consultados pela Agência Estado.

Líder rebelde na juventude, Mandela passou mais de um quarto de sua longa vida aprisionado pelos líderes do regime de segregação racial que controlou a África do Sul durante quase meio século.

Após sair da prisão, Mandela foi eleito presidente nas primeiras eleições livres da história da África do Sul e governou o país de 1994 a 1999.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Comunicação e Marketing Político e professor da Universidade Mackenzie, Roberto Gondo, há um desgaste natural do Congresso Nacional Africano (CNA), partido do atual presidente Jacob Zuma e que governa o país desde a eleição de Mandela, há quase duas décadas.

A insatisfação com os agentes políticos abre espaço para o surgimento de novos partidos formados por dissidentes do CNA. "Mandela era o principal moderador da política sul-africana. Perde-se um grande líder nacional e, nesse vácuo, nascem outros grupos interessados em assumir a liderança. Esse processo é positivo para a democracia e como esses grupos não são radicais, as mudanças não devem ter impacto econômico", acredita. "A África do Sul é o ponto de equilíbrio do continente. Se ela se desestabiliza, os outros países também sofrem."

Apesar de contar com diversos líderes locais, o continente africano não possui nenhuma figura com o carisma e a envergadura de Mandela, capaz de ocupar esse espaço no imaginário popular.

"O povo africano fica órfão e deve cultuá-lo. No entanto, o país seguirá com problemas típicos de países emergentes como desemprego, corrupção e segregação racial velada que precisam ser resolvidos", afirma o professor e pesquisador do curso de pós-graduação em História da África e do Negro no Brasil, Philippe Lamy.

Já o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Pio Penna não vê, no curto prazo, impactos políticos significativos com a morte de Mandela.

"Ele foi o símbolo de uma época de luta e agora perdemos uma figura respeitada mundialmente. Por já estar afastado do governo sul-africano há muito tempo, não acredito que possa haver consequências políticas e econômicas imediatas", opinou.

Veja também

São Paulo - Símbolo mundial da luta contra o apartheid, o ex-presidente sul-africano e Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela deixa um importante legado a favor da igualdade de direitos entre os homens e, mesmo após sua morte, tende a contribuir para fortalecer a democracia sul-africana, segundo analistas consultados pela Agência Estado.

Líder rebelde na juventude, Mandela passou mais de um quarto de sua longa vida aprisionado pelos líderes do regime de segregação racial que controlou a África do Sul durante quase meio século.

Após sair da prisão, Mandela foi eleito presidente nas primeiras eleições livres da história da África do Sul e governou o país de 1994 a 1999.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Comunicação e Marketing Político e professor da Universidade Mackenzie, Roberto Gondo, há um desgaste natural do Congresso Nacional Africano (CNA), partido do atual presidente Jacob Zuma e que governa o país desde a eleição de Mandela, há quase duas décadas.

A insatisfação com os agentes políticos abre espaço para o surgimento de novos partidos formados por dissidentes do CNA. "Mandela era o principal moderador da política sul-africana. Perde-se um grande líder nacional e, nesse vácuo, nascem outros grupos interessados em assumir a liderança. Esse processo é positivo para a democracia e como esses grupos não são radicais, as mudanças não devem ter impacto econômico", acredita. "A África do Sul é o ponto de equilíbrio do continente. Se ela se desestabiliza, os outros países também sofrem."

Apesar de contar com diversos líderes locais, o continente africano não possui nenhuma figura com o carisma e a envergadura de Mandela, capaz de ocupar esse espaço no imaginário popular.

"O povo africano fica órfão e deve cultuá-lo. No entanto, o país seguirá com problemas típicos de países emergentes como desemprego, corrupção e segregação racial velada que precisam ser resolvidos", afirma o professor e pesquisador do curso de pós-graduação em História da África e do Negro no Brasil, Philippe Lamy.

Já o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Pio Penna não vê, no curto prazo, impactos políticos significativos com a morte de Mandela.

"Ele foi o símbolo de uma época de luta e agora perdemos uma figura respeitada mundialmente. Por já estar afastado do governo sul-africano há muito tempo, não acredito que possa haver consequências políticas e econômicas imediatas", opinou.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaÁfrica do SulMortesNelson MandelaPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame