Mundo

Morte de dois universitários esquenta protestos na Venezuela

Morte a tiros de estudantes levou a uma troca de acusações entre o governo e a oposição sobre a causa da violência

Manifestantes durante protesto contra o governo de Nicolás Maduro na praça Altamira, em Caracas, Venezuela (Tomas Bravo/Reuters)

Manifestantes durante protesto contra o governo de Nicolás Maduro na praça Altamira, em Caracas, Venezuela (Tomas Bravo/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 17h34.

San Cristóbal - A morte a tiros de dois estudantes universitários na Venezuela levou a uma troca de acusações entre o governo e a oposição, nesta terça-feira, sobre a causa da violência, aumentando a temperatura após um mês de protestos.

As manifestações no país petroleiro resultaram na morte de ao menos 22 pessoas, mas não parecem ameaçar o governo do presidente socialista Nicolás Maduro, que assumiu há 11 meses.

"Hoje foram assassinados dois companheiros", escreveu o líder estudantil de oposição Juan Requesens em sua conta no Twitter na madrugada desta terça. "Suas mortes não ficarão impunes. Agora mais do que nunca seguiremos na RUA!".

O universitário Daniel Tinoco morreu após ser atingido por um disparo no peito durante um enfrentamento a tiros em San Cristóbal, uma cidade no oeste da Venezuela duramente afetada por protestos.

A outra morte aconteceu em Ciudad Guayana, no sudeste do país, onde foi assassinado na noite de segunda-feira Angelo Vargas, também identificado como estudante universitário.

O governo rapidamente colocou a culpa pelas mortes nos grupos de oposição e pediu "justiça para os caídos".

"O que querem são mortos...Esse é o motivo no fundo: mortos para provocar a intervenção na Venezuela", disse o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, o segundo homem em importância no partido governista.

A oposição convocou uma marcha nacional para quarta-feira, quando se completa um mês dos violentos confrontos em Caracas que acirraram os protestos contra o governo.

Os críticos responsabilizam o governo de Maduro pela alta inflação, a escassez de produtos básicos e o aumento da criminalidade. Sua meta, dizem, é convocar um referendo para revogar o mandato do presidente, algo que a Constituição só permite em 2016.

Mas o governo os acusa de querer semear o caos para tentar derrubá-lo, seguindo o manual de um breve golpe de Estado contra o falecido presidente Hugo Chávez em 2002.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaNicolás MaduroPolíticosProtestosProtestos no mundoVenezuelaViolência política

Mais de Mundo

Religiosos de vilarejo indiano onde avô de Kamala Harris viveu rezam por vitória da democrata

Oposição venezuelana denuncia 'obstáculos' para credenciar fiscais eleitorais

Macron se recusa a nomear candidata da esquerda a primeira-ministra na França

Em primeiro comício desde saída de Biden, Kamala afirma que seu governo será 'do povo'

Mais na Exame