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Morre última testemunha do suicídio de Hitler

Rochus Misch, guarda-costas, mensageiro e telefonista de Hitler, morreu aos 96 anos e era a última testemunha do suicídio do ditador e de sua esposa, Eva Braun

Rochus Misch, em 2005: Misch era a última pessoa que foi testemunha do suicídio do ditador e de sua esposa, Eva Braun, em seu bunker (Getty Images)

Rochus Misch, em 2005: Misch era a última pessoa que foi testemunha do suicídio do ditador e de sua esposa, Eva Braun, em seu bunker (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 13h01.

Berlim - Rochus Misch, guarda-costas, mensageiro e telefonista de Hitler, morreu aos 96 anos em Berlim, que era a última pessoa que foi testemunha do suicídio do ditador e de sua esposa, Eva Braun, em seu bunker da capital alemã.

Os meios de comunicação alemães fizeram uma ampla cobertura em torno da notícia do falecimento de Misch, que aconteceu ontem após o escudeiro de Hitler lutar por anos contra uma doença.

Nos últimos tempos, a comunicação com Misch era difícil por conta de sua idade avançada, mas em 2009 ainda concedeu uma entrevista à revista alemã "P.M History", na qual ratificava sua fidelidade ao "Fürher" como soldado, embora condenasse os "terríveis e cruéis" crimes contra a humanidade do nazismo.

Misch, membro do pessoal destinado a serviço de Hitler na década de 1940, lembrava já com falhas a cena que viveu em 30 de abril de 1945.

Hitler "estava com a cabeça sobre a mesa, enquanto Eva estava com a cabeça inclinada. Já não me lembro bem, estava sentado no sofá ou em uma poltrona ao lado? Mas sigo vendo Eva, com os joelhos encolhidos até o peito", dizia.

Dias antes, em 22 de abril, o ditador nazista tinha anunciado ao seu pessoal que a guerra estava perdida, comunicou sua decisão de permanecer em Berlim e deu permissão para que abandonassem o edifício, mas Misch ficou até o final.

"Permaneci como fiel servidor de meu chefe no bunker", lembrava Misch, que não deixou o local até Josef Goebbels, o ministro de Propaganda nazista, dizer em 2 de maio que já não precisava mais dele e que podia partir.

Sargento da unidade especial das SS do "Führer", Misch não era capaz de recriminar Hitler por seus crimes - "superaria meu cumprimento do dever como soldado" - e assegurava que nunca se falou da existência de campos de concentração em seu círculo íntimo.

Tempos depois, ficou sabendo sobre a existência desses campos. "Agora estou bem informado - disse em 2009. Está claro que aconteceram coisas horríveis. Não há desculpa possível, houve campos de concentração. Isso não é possível negar".

Após a morte de Hitler, Misch foi capturado pelas tropas soviéticas e passou nove anos em uma prisão russa, até que retornou para Berlim em 1953.

No setor oeste da capital alemã, Misch trabalhou em uma loja de pintura até sua aposentadoria.

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