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Morre Simin Behbahani, a leoa do Irã e poetisa nacional

Poetisa iraniana e duas vezes indicada ao Nobel de Literatura, Simin BehbahanI morreu nesta terça-feira aos 87 anos

Simin BehbahanI, poetisa iraniana: Simin começou a escrever poesia aos 12 anos (Romissa Mofidi/Wikimedia Commons)

Simin BehbahanI, poetisa iraniana: Simin começou a escrever poesia aos 12 anos (Romissa Mofidi/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2014 às 11h20.

Teerã - A poetisa iraniana e duas vezes indicada ao Nobel de Literatura (1999 e 2002), Simin BehbahanI, apelidada carinhosamente a "leoa do Irã", morreu nesta terça-feira em um hospital de Teerã aos 87 anos, informou seu filho à agência "Isna".

A escritora sofria de problemas cardíacos e respiratórios e estava em coma desde o último dia 6 no hospital Pars, na capital iraniana, onde morreu na primeira hora de hoje.

Filha de escritores, Simin aprendeu em casa a amar a literatura e o jornalismo, e começou a escrever poesia aos 12 anos.

Seu primeiro livro de poemas foi publicado quando ela tinha apenas 14.

Sua mãe, Fakhr Ozma Arghon, foi uma destacada feminista, professora, escritora, editora de jornal e poeta, e seu pai, Abbas Jalili, também foi um renomado escritor e editor de jornal.

Ao longo de sua vida publicou mais de 600 poemas, reunidos em 19 livros de poesia, duas coleções de contos curtos, uma biografia de seu segundo marido, o falecido Manouchehr Koushiar, e vários artigos literários, ensaios e entrevistas.

Também compôs mais de 300 canções para alguns dos mais famosos cantores iranianos.

"Livro após livro, um poema profundo após outro, Behbahani pintou retratos em miniatura de seu país ao longo das décadas. Deu voz aos desejos do povo iraniano, escreveu uma crônica de suas esperanças e desilusões e documentou com orgulho e precisão a heroica resistência e subversão criativa de sua nação e dela mesma", destacou seu site.

Behbahani foi uma das vozes defensoras da liberdade de expressão em seu país, o que lhe valeu diversos prêmios internacionais, como o Prêmio de Direitos Humanos Hellman/Hammett (em 1998), o Carl Von Ossietzky de Direitos Humanos (1999) e o Prêmio à Liberdade de Expressão da União de Escritores da Noruega (2007).

Também obteve o prêmio literário Bita Daryabari da Universidade de Stanford (2008) e o Latifeh Yarshater Book Award (2004).

Há quatro anos a polícia a impediu de sair do país e confiscou seu passaporte quando se preparava para viajar à França para dar uma conferência sobre feminismo.

Entre suas obras poéticas mais conehcidas estão "Tar-e Shekasteh" (O luto quebrado), "Jay-e Pa" (A marca de seu pé), "Chelcheragh" (40 lâmpadas) e "Marmar" (Mármore).

A poetisa conciliou durante três décadas seu trabalho literário com a de professora de uma escola de ensino médio, e também foi durante vários anos editora do "Yandeye Irã" (Futuro do Irã), além de ter presidido a Associação de Escritores do Irã.

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