Peter Higgs, vencedor do Nobel de Física ( Jeff J Mitchell/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 9 de abril de 2024 às 14h00.
Última atualização em 9 de abril de 2024 às 14h07.
Morreu, nesta terça-feira, o físico inglês Peter Higgs, aos 94 anos. O pesquisador formulou a teoria que explica como as partículas adquirem massa, premiada pelo Nobel de Física de 2013 e desenvolvida em 1964.
O bóson de Higgs, apelidado de “partícula de Deus”, teve existência comprovada em julho de 2012 por experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, operado pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) na fronteira entre França e Suíça.
O bóson de Higgs é uma partícula subatômica, isto é, um dos mais fundamentais elementos do Universo. Ele nunca havia sido observado antes em experiências. O bóson de Higgs é parte do chamado Modelo Fundamental da física, que como todas as demais partículas têm massa. Segundo a teoria, logo após o surgimento do Universo, no Big Bang, existiu uma força invisível conhecida como campo de Higgs. Essa força se formou junto com o bóson do mesmo nome e abriu caminho para que as demais partículas ganhassem massa.
A forma como o campo de Higgs deu massa às demais partículas é comparável por muitos físicos à forma como a água de uma piscina dificulta o movimento à medida que nadamos. Se partículas não tivessem massa — que é a resistência de um objeto a mudanças de velocidade — elas estariam viajando pelo Universo à velocidade da luz.
Foi proposta em 1964 por seis cientistas, incluindo um chamado Peter Higgs, que desenvolveu uma explicação para as propriedades da massa. Higgs foi o primeiro a sugerir um mecanismo pelo qual estas propriedades da massa poderiam ser detectadas: uma partícula, chamada de bóson de Higgs.
O bóson de Higgs é extremamente instável e se fragmenta em partículas menores muito rapidamente. Por isso, os cientistas precisam inferir a sua presença a partir das partículas menores criadas na sua colisão, e foi necessário fazer experiências no maior acelerador de partículas do mundo, no laboratório do Cern. Por ser a “peça que faltava” no Modelo Padrão da Física e por dotar de massa outras partículas, o bóson ganhou o apelido de “partícula de Deus”.