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Morre o ex-guerrilheiro e opositor cubano Eloy Gutiérrez

Gutiérrez Menoyo, que estava quase surdo e cego, vivia desde que voltou a Cuba em 2003 sob tolerância das autoridades

Eloy Gutiérrez Menoyo: ele abandonou Cuba em 1961 por discrepâncias em relação ao rumo marxista-leninista adotado pela revolução (©AFP / Adalberto Roque)

Eloy Gutiérrez Menoyo: ele abandonou Cuba em 1961 por discrepâncias em relação ao rumo marxista-leninista adotado pela revolução (©AFP / Adalberto Roque)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2012 às 15h30.

La Habana - O ex-comandante guerrilheiro e líder anticastrista Eloy Gutiérrez Menoyo, o único opositor cubano que dialogou com Fidel Castro, morreu nesta sexta-feira, em Havana, aos 77 anos por causa de um aneurisma, informaram dissidentes e um blogueiro.

"Menoyo estava muito doente há algum tempo e morreu na madrugada desta sexta, segundo sua família", declarou o opositor Elizardo Sánchez, que dirige a ilegal, mas tolerada Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional.

O blogueiro Yohandry, que difunde oficiosamente informações do governo cubano, afirmou no Twitter que Gutiérrez Menoyo, nascido na Espanha, em 1934, faleceu no Hospital Clínico Cirúrgico Irmãos Ameijeiras, em Havana.

Gutiérrez Menoyo, que estava quase surdo e cego, vivia desde que voltou a Cuba em 2003 sob tolerância das autoridades.

Ele teve grau de comandante das forças guerrilheiras de Fidel Castro na luta contra a ditadura de Fulgêncio Batista (1952-58), mas abandonou Cuba em 1961 por discrepâncias em relação ao rumo marxista-leninista adotado pela revolução e se exilou em Miami, onde se incorporou a grupos anticastristas.

Em 1964, desembarcou à frente de um grupo armado na ilha, mas foi preso e condenado a 30 anos de prisão, dos quais cumpriu 22. Libertado em 1986 por mediação do então presidente do governo socialista espanhol, Felipe González, foi novamente para o exílio e se reuniu algumas vezes com Fidel Castro.

Em 2003, durante férias na ilha, Menoyo surpreendeu tanto o governo como a oposição interna e o exílio ao anunciar que não voltaria a Miami, o que lhe valeu críticas de anticastristas.

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