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Morre chefe do esquadrão da morte do apartheid sul-africano

Dirk Cotzee, que tinha 67 anos e sofria de câncer, estava envolvido em várias atrocidades cometidas pelo governo racista da minoria branca


	África do Sul: em 1997, foi anistiado pela Comissão da Verdade e a Reconciliação
 (Getty Images)

África do Sul: em 1997, foi anistiado pela Comissão da Verdade e a Reconciliação (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2013 às 12h31.

Johanesburgo - O ex-comandante e um dos fundadores do temível "esquadrão da morte Vlakplaas" do regime sul-africano do "apartheid" Dirk Coetzee morreu na África do Sul por causa de uma insuficiência renal, informou nesta quinta-feira a emissora de rádio "Eyewitness News".

Cotzee, que tinha 67 anos e sofria de câncer, estava envolvido em várias atrocidades cometidas pelo governo racista da minoria branca, que dirigiu a África do Sul durante mais de 4 décadas e que teve fim em 1994.

O ex-dirigente foi o primeiro alto funcionário da temida polícia secreta a confessar os assassinatos e abusos de que participou.

Em 1997, foi anistiado pela Comissão da Verdade e a Reconciliação, uma instituição dedicada a examinar e divulgar - sem espírito de revanche - os horrores cometidos na África do Sul racista entre 1960 e 1993.

O ex-comandante morto é responsável pelas mortes em 1981 do ativista e estudante negro Sizwe Khondile e do advogado Griffiths Mxenge, ambos assassinados pela polícia secreta.

"O povo se lembrará da célebre descrição de Coetzee de como queimaram o corpo (de Khondile) enquanto faziam uma grelha de assar carne ao lado", disse citada pela "Eyewitness News" a diretora da seção de Pessoas Desaparecidas da Procuradoria sul-africana, Madeleine Fullard.

A "Vlakplaas" atuava como um grupo paramilitar e realizava sequestros, torturas e assassinatos contra os oponentes do governo racista do Partido Nacional.

A África do Sul aboliu o regime segregacionista do apartheid em 1994, quando todos os cidadãos do país, independentemente de sua cor, puderam votar juntos em eleições pela primeira vez.

Reconhecida por unanimidade, a transição democrática sul-africana ofereceu o perdão a carrascos como Dirk Coetzee e permitiu a convivência pacífica de todas as etnias que hoje se vê no país.

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