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Montanhas Azuis da Austrália começam a renascer das cinzas

Montanhas começam, aos poucos, a renascer das cinzas depois de sete meses quando incêndios arrasaram a parte leste da paisagem natural

Montanhas Azuis, na Austrália: incêndio destruiu mais de 60 mil hectares (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 10h04.

Katoomba - As Montanhas Azuis da Austrália começam, aos poucos, a renascer das cinzas depois de sete meses quando incêndios arrasaram a parte leste da paisagem natural de grande importância ecológica e turística.

Os moradores da região, situada no estado de Nova Gales do Sul, trabalham incansáveis para refazer a vida após a tragédia que destruiu 212 casas e mais de 60 mil hectares na cordilheira em outubro do ano passado.

As zonas mais turísticas das Montanhas Azuis (Blue Mountains), que fazem parte de uma área declarada como patrimônio da humanidade, não foram afetadas, mas o fogo causou grandes perdas para a economia por conta da baixa no número de visitantes.

"As pessoas deixaram de visitar as atrações turísticas apesar de os incêndios terem acontecido longe, e acabaram cancelando suas viagens, o que afundou a nossa economia", explica à Agência Efe o presidente do organismo oficial de turismo Blue Mountains, Daniel Myles, na cidade de Katoomba.

De acordo com dados anteriores, calcula-se que cerca de 70% das famílias tenham conseguido voltar a viver no local, ainda que não se saiba com exatidão quantos tenham perdido as casas e quantos tenham ficado com os imóveis parcialmente danificados.

O conselho municipal recebeu dezenas de solicitações para obras de reconstrução e para a recuperação de muitas ruas afetadas pelas chamas, como em Buena Vista.

Por lá, as ruas estão lotadas de máquinas de remoção de escombros e as estruturas das casas começam a ser erguidas entre as árvores chamuscadas, que voltam a florescer.

Dezenas de voluntários participam das tarefas de reconstrução para tentar reparar o prejuízo deixado.

A tragédia foi considerada a pior dos últimos 45 anos.

O fogo afetou principalmente dois lugares nesta região de 27 localidades espalhadas em um território de 1.431 quilômetros quadrados: Linksview e State Mine, duas áreas situadas a mais de 30 quilômetros da cidade de Katoomba, a porta de entrada de atrações naturais como "As três irmãs", uma formação rochosa formada por três altos montes.

Os incêndios tiveram um forte impacto na economia local, especialmente no setor turístico, já que o declive de visitantes causou uma perda de US$ 93 milhões, segundo dados da empresa de consultoria Blue Mountains Economic Enterprise.

Negócios como o Scenic World, uma empresa familiar estabelecida em Katoomba desde meados do século XX e que opera o trem, foram afetados pela queda do número de visitantes, assim como as padarias, os hotéis, os restaurantes e outras tantas empresas pequenas, médias e grandes que vivem do turismo.

Um dos casos mais dramáticos foi o de Nicole Hassain, representante de uma empresa de transporte turístico que viu não apenas sua casa, mas também a de seu filho de 21 anos, arrasada pelo fogo diante de seus olhos.

Ela, que luta para reabrir seu negócio, contou à Agência Efe que perdeu tudo, "até as lembranças mais bonitas".

Vários dos desabrigados voltaram a apostar nas Montanhas Azuis, apesar de saber que a área está sempre à mercê de incêndios na época seca, alguns deles de consequências catastróficas como o de 2013.

A região está infestada de plantas nativas como o eucalipto, cuja facilidade para queimar o transforma em um enorme combustível para incêndios, embora também se regenere de forma muito rápida, segundo Glenn Meade, representante do Serviço de Parques Nacionais e Vida Selvagem de Nova Gales do Sul.

Apesar das Montanhas Azuis já terem vivido vários incêndios em anos anteriores, "o importante é entender que em qualquer desastre o povo que vive no local precisa de tempo para se recuperar e que os negócios precisam voltar a operar e ter clientes para manter a economia ativa", acrescentou Meade.

Por isso, a comunidade local não procura apenas reativar sua atividade comercial e turística, mas também outras formas de gerar renda como a promoção de alimentos e bebidas e o impulso à indústria de artes criativas, comentou, por sua vez, Jackeline Brinkman, diretora-executiva de Blue Mountains Enterprise.

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Katoomba - As Montanhas Azuis da Austrália começam, aos poucos, a renascer das cinzas depois de sete meses quando incêndios arrasaram a parte leste da paisagem natural de grande importância ecológica e turística.

Os moradores da região, situada no estado de Nova Gales do Sul, trabalham incansáveis para refazer a vida após a tragédia que destruiu 212 casas e mais de 60 mil hectares na cordilheira em outubro do ano passado.

As zonas mais turísticas das Montanhas Azuis (Blue Mountains), que fazem parte de uma área declarada como patrimônio da humanidade, não foram afetadas, mas o fogo causou grandes perdas para a economia por conta da baixa no número de visitantes.

"As pessoas deixaram de visitar as atrações turísticas apesar de os incêndios terem acontecido longe, e acabaram cancelando suas viagens, o que afundou a nossa economia", explica à Agência Efe o presidente do organismo oficial de turismo Blue Mountains, Daniel Myles, na cidade de Katoomba.

De acordo com dados anteriores, calcula-se que cerca de 70% das famílias tenham conseguido voltar a viver no local, ainda que não se saiba com exatidão quantos tenham perdido as casas e quantos tenham ficado com os imóveis parcialmente danificados.

O conselho municipal recebeu dezenas de solicitações para obras de reconstrução e para a recuperação de muitas ruas afetadas pelas chamas, como em Buena Vista.

Por lá, as ruas estão lotadas de máquinas de remoção de escombros e as estruturas das casas começam a ser erguidas entre as árvores chamuscadas, que voltam a florescer.

Dezenas de voluntários participam das tarefas de reconstrução para tentar reparar o prejuízo deixado.

A tragédia foi considerada a pior dos últimos 45 anos.

O fogo afetou principalmente dois lugares nesta região de 27 localidades espalhadas em um território de 1.431 quilômetros quadrados: Linksview e State Mine, duas áreas situadas a mais de 30 quilômetros da cidade de Katoomba, a porta de entrada de atrações naturais como "As três irmãs", uma formação rochosa formada por três altos montes.

Os incêndios tiveram um forte impacto na economia local, especialmente no setor turístico, já que o declive de visitantes causou uma perda de US$ 93 milhões, segundo dados da empresa de consultoria Blue Mountains Economic Enterprise.

Negócios como o Scenic World, uma empresa familiar estabelecida em Katoomba desde meados do século XX e que opera o trem, foram afetados pela queda do número de visitantes, assim como as padarias, os hotéis, os restaurantes e outras tantas empresas pequenas, médias e grandes que vivem do turismo.

Um dos casos mais dramáticos foi o de Nicole Hassain, representante de uma empresa de transporte turístico que viu não apenas sua casa, mas também a de seu filho de 21 anos, arrasada pelo fogo diante de seus olhos.

Ela, que luta para reabrir seu negócio, contou à Agência Efe que perdeu tudo, "até as lembranças mais bonitas".

Vários dos desabrigados voltaram a apostar nas Montanhas Azuis, apesar de saber que a área está sempre à mercê de incêndios na época seca, alguns deles de consequências catastróficas como o de 2013.

A região está infestada de plantas nativas como o eucalipto, cuja facilidade para queimar o transforma em um enorme combustível para incêndios, embora também se regenere de forma muito rápida, segundo Glenn Meade, representante do Serviço de Parques Nacionais e Vida Selvagem de Nova Gales do Sul.

Apesar das Montanhas Azuis já terem vivido vários incêndios em anos anteriores, "o importante é entender que em qualquer desastre o povo que vive no local precisa de tempo para se recuperar e que os negócios precisam voltar a operar e ter clientes para manter a economia ativa", acrescentou Meade.

Por isso, a comunidade local não procura apenas reativar sua atividade comercial e turística, mas também outras formas de gerar renda como a promoção de alimentos e bebidas e o impulso à indústria de artes criativas, comentou, por sua vez, Jackeline Brinkman, diretora-executiva de Blue Mountains Enterprise.

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