Por enquanto, a previsão dos principais economistas vai sendo confirmada. Muitos acreditam que a moeda chinesa não sofrerá um choque de ganho de valor - que poderia até desequilibrar os mercados. Em vez disso, eles apostam em uma valorização gradual e constante.

Em junho do ano passado, o governo chinês valorizou sua moeda em 2,1%, mas segundo estimativas do mercado, o yuan está cerca de 40% acima do seu valor "natural" de mercado. A China é um dos poucos países, entre ricos e em desenvolvimento, que ainda opera em regime de câmbio fixo.

Não é apenas a pressão dos Estados Unidos e do Fundo Monetário Internacional (FMI) que vem estimulando a valorização do yuan. A própria economia chinesa está sofrendo com a hipervalorização de sua moeda. O governo está, inclusive, adotando uma série de medidas para enxugar a base monetária, como o aumento de juros para empréstimos e a limitação de crédito para governos estaduais, a fim de suspender parte dos gastos públicos.

Alguns economistas mais críticos à atuação da China afirmam que a valorização do yuan não é mérito do governo chinês. Para eles, não é a moeda chinesa que está se valorizando, e sim o dólar que está perdendo valor.

Existe ainda a preocupação quanto à vontade política dos governantes chineses. Os investidores temem que a valorização cambial - que terá um impacto negativo nas exportações chinesas - acabe limitando a atuação do governo.