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Ministro Orlando Silva rebate acusação e se diz 'perplexo'

Segundo policial militar, ministro do Esporte recebeu propina no ministério

Orlando Silva, Ministro do Esporte (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2011 às 12h08.

São Paulo - O ministro do Esporte, Orlando Silva, rebateu as acusações de foi o mentor e beneficiário de um esquema de desvio de dinheiro do programa Segundo Tempo. Na edição que chega neste sábado às bancas, a revista VEJA traz uma entrevista com o policial João Dias Ferreira, um militante do PC do B que também é dono de uma ONG que sumiu com 2 milhões de reais que deveriam ter sido usados na compra material esportivo e alimentos para crianças carentes.

De Guadalajara, no México , onde participou da cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos , Orlando Silva se disse chocado com a denúncia e classificou o denunciante como “bandido”. O ministro afirmou que tinha conhecimento de que o policial ameaçara fazer denúncias públicas envolvendo sua pasta e admitiu ter recebido João Dias no ministério, a pedido de seu antecessor na pasta e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.

“Confesso que eu estou chocado”, disse. “Estou estupefato, perplexo. Um bandido fala e eu que tenho que provar que não fiz, meu Deus?”, afirmou o comunista, informando que vai processar o policial.

O ministro disse que sabia das ameaças do policial há algum tempo. “Durante um ano esse sujeito procurou gente do ministério e fez ameaça, insinuação. E qual foi a nossa posição? Amigo, denuncie, fale o que você quiser. Por quê? Porque como nós temos convicção de que o que foi feito foi o correto, nós não tememos. E falávamos para ele: não nos interessa. Ele falava que existia um dossiê, que ia denunciar... A resposta era: faça, procure o Ministério Público, a polícia, a justiça, faça o que você quiser fazer”, afirmou.

Indagado sobre a razão pela qual o ministério não comunicou as ameaças à polícia, o ministro disse que “imaginou” que um de seus subordinados pudesse ter levado o assunto às autoridades competentes. “Chegamos a falar sobre essa hipótese.”


O ministério não registrou queixa das ameaças nem da agressão física que o próprio policial diz ter cometido contra Júlio Filgueira, ex-secretário nacional de Esporte Educacional do ministério. João Dias disse ter dado socos e coronhadas em Filgueira, nas dependências da secretaria.

Sobre o encontro que teve com o soldado, Orlando Silva explicou: “Estive com ele uma única vez, quando o Agnelo recomendou que eu recebesse ele, que era presidente de uma federação esportiva em Brasília e ele propôs fazer a tal parceria com o programa Segundo Tempo. Foi no gabinete, em audiência. Não foi num lugar escuso, sombrio. E quando ele não cumpriu aquilo que estava determinado, eu assinei a Tomada de Contas Especial, eu mandei para o Tribunal de Contas apurar”, declarou.

Orlando Silva desafiou o policial a provar o que diz e sugeriu que o militar, seu colega de partido, enriqueceu às custas de corrupção. “Vale a pena olhar qual é a minha declaração de renda, qual é meu patrimônio, qual é minha conta bancária e qual é a dele”. Por fim, emendou, enigmático: “Qual é a (conta) dele e de outras pessoas que têm relação (com o soldado)”.

Apesar de sua assessoria ter sido procurada na quinta-feira por VEJA, só após o fechamento da revista, na noite de sexta-feira, é que Orlando Silva fez contato com a reportagem. Antes, seus assessores haviam pedido que as perguntas fossem encaminhadas por escrito.

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São Paulo - O ministro do Esporte, Orlando Silva, rebateu as acusações de foi o mentor e beneficiário de um esquema de desvio de dinheiro do programa Segundo Tempo. Na edição que chega neste sábado às bancas, a revista VEJA traz uma entrevista com o policial João Dias Ferreira, um militante do PC do B que também é dono de uma ONG que sumiu com 2 milhões de reais que deveriam ter sido usados na compra material esportivo e alimentos para crianças carentes.

De Guadalajara, no México , onde participou da cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos , Orlando Silva se disse chocado com a denúncia e classificou o denunciante como “bandido”. O ministro afirmou que tinha conhecimento de que o policial ameaçara fazer denúncias públicas envolvendo sua pasta e admitiu ter recebido João Dias no ministério, a pedido de seu antecessor na pasta e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.

“Confesso que eu estou chocado”, disse. “Estou estupefato, perplexo. Um bandido fala e eu que tenho que provar que não fiz, meu Deus?”, afirmou o comunista, informando que vai processar o policial.

O ministro disse que sabia das ameaças do policial há algum tempo. “Durante um ano esse sujeito procurou gente do ministério e fez ameaça, insinuação. E qual foi a nossa posição? Amigo, denuncie, fale o que você quiser. Por quê? Porque como nós temos convicção de que o que foi feito foi o correto, nós não tememos. E falávamos para ele: não nos interessa. Ele falava que existia um dossiê, que ia denunciar... A resposta era: faça, procure o Ministério Público, a polícia, a justiça, faça o que você quiser fazer”, afirmou.

Indagado sobre a razão pela qual o ministério não comunicou as ameaças à polícia, o ministro disse que “imaginou” que um de seus subordinados pudesse ter levado o assunto às autoridades competentes. “Chegamos a falar sobre essa hipótese.”


O ministério não registrou queixa das ameaças nem da agressão física que o próprio policial diz ter cometido contra Júlio Filgueira, ex-secretário nacional de Esporte Educacional do ministério. João Dias disse ter dado socos e coronhadas em Filgueira, nas dependências da secretaria.

Sobre o encontro que teve com o soldado, Orlando Silva explicou: “Estive com ele uma única vez, quando o Agnelo recomendou que eu recebesse ele, que era presidente de uma federação esportiva em Brasília e ele propôs fazer a tal parceria com o programa Segundo Tempo. Foi no gabinete, em audiência. Não foi num lugar escuso, sombrio. E quando ele não cumpriu aquilo que estava determinado, eu assinei a Tomada de Contas Especial, eu mandei para o Tribunal de Contas apurar”, declarou.

Orlando Silva desafiou o policial a provar o que diz e sugeriu que o militar, seu colega de partido, enriqueceu às custas de corrupção. “Vale a pena olhar qual é a minha declaração de renda, qual é meu patrimônio, qual é minha conta bancária e qual é a dele”. Por fim, emendou, enigmático: “Qual é a (conta) dele e de outras pessoas que têm relação (com o soldado)”.

Apesar de sua assessoria ter sido procurada na quinta-feira por VEJA, só após o fechamento da revista, na noite de sexta-feira, é que Orlando Silva fez contato com a reportagem. Antes, seus assessores haviam pedido que as perguntas fossem encaminhadas por escrito.

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