Mundo

Ministro italiano prevê eleição geral em fevereiro

As duas maiores legendas da oposição, o anti-establishment Movimento 5-Estrelas e o direitista Liga Norte, estão fazendo muita pressão por eleições

Matteo Renzi: cúpula do governo irá se reunir na quarta-feira para discutir o fracasso do referendo (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)

Matteo Renzi: cúpula do governo irá se reunir na quarta-feira para discutir o fracasso do referendo (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 11h34.

Última atualização em 6 de dezembro de 2016 às 11h34.

Roma - A Itália pode ter uma eleição já em fevereiro, disse um ministro do gabinete do primeiro-ministro demissionário, Matteo Renzi, nesta terça-feira, pronunciando-se depois de conversar com o premiê.

Os comentários irão aumentar o apoio crescente a uma votação rápida como única forma de evitar um limbo político duradouro na Itália após a rejeição às reformas constitucionais de Renzi em um referendo no domingo.

Renzi anunciou que irá renunciar após a dura derrota, mas o presidente italiano, Sergio Mattarella, pediu que ele permaneça até o parlamento aprovar o orçamento de 2017, o que deve acontecer ainda nesta semana. Depois, disse Mattarella, ele pode apresentar sua demissão.

Antes do referendo, a maioria dos comentaristas e os mercados financeiros supunham que, mesmo se Renzi perdesse e renunciasse, um governo temporário seria instalado, mesmo sem ter sido eleito, para resguardar a Itália até o final do mandato parlamentar, em 2018.

Mas um coro de comentários de líderes partidários leva a crer que o consenso por uma votação já na primavera local pode estar ganhando corpo.

"Prevejo que haverá a vontade de ir às eleições em fevereiro", disse nesta terça-feira o ministro do Interior, Angelino Alfano, líder de um partido pequeno de centro-direita que é parte crucial da coalizão de governo de Renzi, ao jornal Corriere della Sera.

É significativo que Alfano tenha dito que fez a previsão depois de debater o assunto com o premiê. Renzi ainda é o líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), que tem o maior número de parlamentares, então é improvável que qualquer novo governo possa ser formado sem seu endosso.

A cúpula do PD irá se reunir na quarta-feira para discutir o fracasso do referendo. Depois disso as intenções de Renzi, e a disposição do partido para continuar a apoiá-lo, podem ficar mais claras.

As duas maiores legendas da oposição, o anti-establishment Movimento 5-Estrelas e o direitista Liga Norte, estão fazendo muita pressão por eleições.

O obstáculo citado com mais frequência é que a lei eleitoral precisa ser alterada para garantir um vencedor claro, e acertar um acordo sobre um novo sistema com os partidos irá levar muitos meses.

Atualmente existem dois sistemas diferentes para as duas câmaras do parlamento - algo visto por muitos como uma receita para a instabilidade. Mas os partidos parecem cada vez mais dispostos a superar suas diferenças sobre um sistema ideal e arriscar uma votação, ainda que o resultado possa ser inconclusivo.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesGovernoItáliaPolítica

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA