Bruno Le Roux, ministro do Interior da França (Charles Platiau/Reuters)
AFP
Publicado em 21 de março de 2017 às 15h46.
Última atualização em 21 de março de 2017 às 15h47.
O ministro do Interior francês, Bruno Le Roux, apresentou sua demissão nesta terça-feira, depois que a promotoria financeira abriu uma investigação preliminar por ele ter empregado as duas filhas adolescentes quando era deputado.
Le Roux será substituído pelo atual secretário de Estado para o Comércio Exterior, Mathias Fekl, segundo informou a presidência francesa.
A promotoria financeira francesa abriu o procedimento para determinar se o ministro Le Roux cometeu alguma irregularidade ao contratar suas filhas como assistentes parlamentares.
De acordo com o canal televisivo TMC, o ministro socialista contratou suas filhas, quando elas ainda eram adolescentes, com vários contratos de curta duração entre 2009 e 2016, os quais fizeram com que recebesse 55.000 euros, aproximadamente 59.500 dólares.
No mesmo programa de TV, o ministro admitiu a contratação pontual de suas filhas quando exercia o cargo de deputado no departamento de Seine-Saint-Denis, em Paris, "no verão, principalmente, ou em períodos de férias escolares, mas nunca de forma permanente", disse.
Segundo o programa Quotidien, as filhas começaram a trabalhar para ele quando tinham entre 15 e 16 anos, acumulando respectivamente entre 14 e 10 contratos de curta duração em um período de sete anos.
O ministro pediu que essa situação não fosse comparada com o caso de François Fillon, candidato conservador à presidência e acusado por desvios de dinheiro público e apropriação indevida de bens sociais, com base nos cargos supostamente fictícios de sua mulher, filhos e assistentes parlamentários.
"Trata-se de um trabalho de verão com um parlamentar. Organizar documentos, exercer uma certa quantidade de atividades parlamentares, acredito que seja uma boa escola", declarou Le Roux aos jornalistas da emissora.