Mundo

Mina sul-africana retoma sua produção após massacre

Segundo um comunicado emitido pela empresa Lonmin, proprietária da mina de exploração, "um número significativo de empregados já voltou a seus postos de trabalho"

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2012 às 12h56.

Marikana - A mina de platina de Marikana, situada no nordeste da África do Sul, onde 34 mineiros em greve foram assassinados pela polícia local na última quinta, conseguiu retomar sua produção após dez dias dos protestos.

Segundo um comunicado emitido pela empresa Lonmin, proprietária da mina de exploração, "um número significativo de empregados já voltou a seus postos de trabalho".

Além disso, a Lonmin, que ontem ameaçou despedir os funcionários que não voltassem as suas atividades hoje, estendeu esse prazo até terça devido às "atuais circunstâncias", em referência à extrema tensão vivida nos arredores da mina.

"Após vários contatos com as forças sindicais, a companhia anunciou que os grevistas poderiam contar com um dia extra para voltar ao trabalho devido às atuais circunstâncias", afirma o comunicado da Lonmin.

Por outra parte, a empresa, sediada no Reino Unido, assegurou que 27% dos trabalhadores já estavam em seus postos de trabalho, um número que não foi confirmado pelos organizadores dos protestos.

Cerca de 3 mil mineiros iniciaram uma greve no último dia 10 de agosto para exigir um aumento salarial, um fato que acabou em uma sangrenta tragédia, já que 34 mineiros em greve foram assassinados pelas mãos da polícia em uma ofensiva contra um grupo isolado.

Com a intenção de pôr fim a esse impasse, a Lonmin e os sindicatos dos mineiros também se reuniram hoje.

"A grande maioria de nossos trabalhadores deixaram claro nas conversas de hoje que o que devemos fazer é voltar à normalidade enquanto cuidamos das feridas", afirma a carta da Lonmin.

No total, desde o início da greve, 44 pessoas foram mortas, o que se transformou no protesto mais sangrento da África do Sul depois do fim do regime racista do apartheid, que caiu a princípios dos anos 90 e que governou o país durante quatro décadas.

Por conta deste episódio, a África do Sul iniciou hoje uma semana de luto oficial, que foi decretado ontem pelo presidente do país, Jacob Zuma, que anunciou que o funeral oficial será realizado na próxima quinta-feira. 

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaÁfrica do SulGrevesMassacres

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal