O governo Maduro havia apontado García Palomo como uma das pessoas por trás do suposto atentado (Venezuelan Govermenment TV/Handout/Reuters)
AFP
Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 15h31.
Um coronel da reserva acusado de comandar um atentado com drones carregados de explosivos contra o presidente Nicolás Maduro em agosto do ano passado foi detido na Venezuela, denunciou sua mulher em um vídeo divulgado nesta quarta-feira (30).
"Foi sequestrado", disse Sorbay Padilla na gravação difundida por jornalistas e ativistas de direitos humanos, na qual assegura que Oswaldo García Palomo está recluso na sede da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM) em Caracas.
O oficial estava exilado na Colômbia, mas foi capturado no fim de semana passado por autoridades venezuelanas no estado de Barinas (oeste), após voltar clandestinamente ao seu país, segundo relatos da imprensa local.
O governo Maduro havia apontado García Palomo, de 54 anos, como uma das pessoas por trás do suposto atentado nas proximidades de um palanque onde o presidente socialista liderava uma parada militar, em Caracas, em 4 de agosto.
A Justiça venezuelana havia pedido à Colômbia a sua extradição.
Padilla exigiu "uma prova de vida" ao assegurar que ninguém pôde ter contato com seu marido, apesar de ter denunciado que ele estava sendo submetido a torturas.
O Ministério Público denunciou 43 pessoas pelo caso dos drones, das quais 30 estão detidas.
Entre os capturados estão três militares na ativa, incluindo dois generais, e o deputado opositor Juan Requesens.
A detenção de García Palomo ocorre em um momento de tensão política na Venezuela.
Nesta quarta-feira, Maduro denunciou que militares desertores, convertidos em "mercenários", conspiram da Colômbia para dividir a Força Armada em meio a uma tentativa de golpe de Estado.