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Migração e deportações dominam debate democrata

Os dois candidatos dedicaram grande parte do tempo para discutir o tema migratório durante um debate realizado em Miami

Bernie Sanders e Hillary Clinton: "Espero discutir uma reforma migratória integral, que inclua um caminho para a cidadania" (Javier Galeano / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de março de 2016 às 10h25.

Hillary Clinton e Bernie Sanders disputaram na noite desta quarta-feira para mostrar qual dos dois seria mais amigável em relação ao migrantes, em um debate acirrado pela indicação democrata para as eleições presidenciais americanas, em novembro.

Os dois candidatos dedicaram grande parte do tempo para discutir o tema migratório durante um debate realizado em Miami e televisado pelas redes CNN e Univisión.

Os pré-candidatos prometeram frear as deportações de imigrantes ilegais sem antecedentes criminais e aprovar uma reforma migratória para sua regularização.

"Não deportarei crianças, também não quero deportar membros de uma família", disse Clinton ao responder sobre sua disposição de deter a deportação de menores, muitos refugiados da violência na América Central.

Sobre os mais de 11 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, muitos latino-americanos, a ex-secretária de Estado disse que sua prioridade será "deportar criminosos violentos, terroristas e qualquer um que ameace nossa segurança".

O senador Bernie Sanders também se comprometeu a "não deportar crianças dos Estados Unidos".

Clinton e Sanders lembraram seu passado de luta a favor dos imigrantes e garantiram que uma reforma migratória que preveja a regularização será prioridade caso sejam eleitos.

Hillary assegurou que sua postura é mais progressista do que a do presidente Barack Obama, principalmente porque seu governo porá fim à expulsão de "pessoas que vivem sua vida e trabalham no país".

"Espero discutir uma reforma migratória integral, que inclua um caminho para a cidadania, isto será uma das prioridades de meus primeiros 100 dias como presidente", prometeu Clinton.

O senador por Vermont, 74 anos, adotou a mesma posição.

Mas os candidatos também trocaram críticas por no passado terem tido posturas menos favoráveis aos imigrantes, dentro da luta por ganhar a simpatia-chave do eleitorado hispânico.

A ex-secretária de Estado, por sua vez, atacou o polêmico pré-candidato republicano Donald Trump por suas ofensas aos mexicanos e imigrantes.

"Critiquei quando ele disse que os mexicanos eram estupradores, quando usou um discurso profundamente ofensivo. Disse 'Basta'".

Durante o debate, Hillary Clinton rejeitou a possibilidade de ser indiciada por ter utilizado seu e-mail pessoal para tratar de negócios oficiais quando era secretária de Estado do presidente Barack Obama.

O moderador do debate perguntou se Clinton abandonaria a corrida pela indicação democrata à Casa Branca caso fosse indiciada pela polêmica envolvendo os e-mails e ela respondeu: "Oh, por Deus, isto não vai acontecer. Nem sequer vou responder a esta pergunta".

Clinton admitiu que cometeu um erro ao usar seu e-mail pessoal para questões de Estado, mas afirmou que "meus predecessores fizeram o mesmo".

"Este tema não me preocupa", garantiu.

Cuba e Porto Rico

Outro momento de consenso entre os dois candidatos ocorreu quando os candidatos concordaram que continuarão com a política de aproximação com Cuba iniciada por Obama.

"Os cubanos merecem que sejam respeitados seus direitos humanos e ir para uma democracia, na qual elejam seus líderes. Os irmãos Castro devem ser considerados autoritários e ditatoriais", afirmou Hillary, que é a favor da queda do embargo contra a ilha.

Sanders acompanhou a resposta, com ressalvas. "Espero que, em breve, seja um país democrático, mas, por outro lado, seria errado esquecer que Cuba fez avanços em termos de saúde pública", afirmou o senador, que se autodenomina socialista, uma colocação que pode não cair bem em Miami, onde moram boa parte dos cubanos anticastristas exilados.

Quanto a Porto Rico, Clinton e Sanders disseram que, se vencerem a eleição, ajudarão o estado livre associado dos Estados Unidos, mergulhado numa enorme dívida de 70 bilhões de dólares.

Clinton e Trump, favoritos

Como nas edições anteriores, neste oitavo debate democrata os candidatos se chocaram em temas delicados, como a relação de Clinton com Wall Street, o financiamento de campanhas, o sistema de saúde e a mudança climática.

Sanders chegou ao debate favorecido pela inesperada vitória nas primárias de terça em Michigan.

Sua equipe acredita que se Sanders venceu em Michigan, também conseguirá fazê-lo em estados parecidos ou vizinhos, como Ohio, Illinois e Missouri, que votarão nas primárias da próxima semana, junto com a Flórida.

Mas a equipe de Hillary assinala que a indicação é conquistada acumulando delegados, e não vitórias simbólicas.

Com 13 triunfos em 22 primárias, Clinton conta com mais da metade dos delegados necessários para conseguir a indicação na convenção do partido na Filadélfia em julho.

No campo republicano, Donald Trump confirmou sua posição de favorito nas primárias de seu partido com uma tripla vitória na terça (Mississippi, Michigan e Havaí), que representou um duro golpe para as forças "antiTrump", que congregam altas figuras do Partido Republicano e dedicam milhões de dólares à propaganda.

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Os dois candidatos dedicaram grande parte do tempo para discutir o tema migratório durante um debate realizado em Miami e televisado pelas redes CNN e Univisión.

Os pré-candidatos prometeram frear as deportações de imigrantes ilegais sem antecedentes criminais e aprovar uma reforma migratória para sua regularização.

"Não deportarei crianças, também não quero deportar membros de uma família", disse Clinton ao responder sobre sua disposição de deter a deportação de menores, muitos refugiados da violência na América Central.

Sobre os mais de 11 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, muitos latino-americanos, a ex-secretária de Estado disse que sua prioridade será "deportar criminosos violentos, terroristas e qualquer um que ameace nossa segurança".

O senador Bernie Sanders também se comprometeu a "não deportar crianças dos Estados Unidos".

Clinton e Sanders lembraram seu passado de luta a favor dos imigrantes e garantiram que uma reforma migratória que preveja a regularização será prioridade caso sejam eleitos.

Hillary assegurou que sua postura é mais progressista do que a do presidente Barack Obama, principalmente porque seu governo porá fim à expulsão de "pessoas que vivem sua vida e trabalham no país".

"Espero discutir uma reforma migratória integral, que inclua um caminho para a cidadania, isto será uma das prioridades de meus primeiros 100 dias como presidente", prometeu Clinton.

O senador por Vermont, 74 anos, adotou a mesma posição.

Mas os candidatos também trocaram críticas por no passado terem tido posturas menos favoráveis aos imigrantes, dentro da luta por ganhar a simpatia-chave do eleitorado hispânico.

A ex-secretária de Estado, por sua vez, atacou o polêmico pré-candidato republicano Donald Trump por suas ofensas aos mexicanos e imigrantes.

"Critiquei quando ele disse que os mexicanos eram estupradores, quando usou um discurso profundamente ofensivo. Disse 'Basta'".

Durante o debate, Hillary Clinton rejeitou a possibilidade de ser indiciada por ter utilizado seu e-mail pessoal para tratar de negócios oficiais quando era secretária de Estado do presidente Barack Obama.

O moderador do debate perguntou se Clinton abandonaria a corrida pela indicação democrata à Casa Branca caso fosse indiciada pela polêmica envolvendo os e-mails e ela respondeu: "Oh, por Deus, isto não vai acontecer. Nem sequer vou responder a esta pergunta".

Clinton admitiu que cometeu um erro ao usar seu e-mail pessoal para questões de Estado, mas afirmou que "meus predecessores fizeram o mesmo".

"Este tema não me preocupa", garantiu.

Cuba e Porto Rico

Outro momento de consenso entre os dois candidatos ocorreu quando os candidatos concordaram que continuarão com a política de aproximação com Cuba iniciada por Obama.

"Os cubanos merecem que sejam respeitados seus direitos humanos e ir para uma democracia, na qual elejam seus líderes. Os irmãos Castro devem ser considerados autoritários e ditatoriais", afirmou Hillary, que é a favor da queda do embargo contra a ilha.

Sanders acompanhou a resposta, com ressalvas. "Espero que, em breve, seja um país democrático, mas, por outro lado, seria errado esquecer que Cuba fez avanços em termos de saúde pública", afirmou o senador, que se autodenomina socialista, uma colocação que pode não cair bem em Miami, onde moram boa parte dos cubanos anticastristas exilados.

Quanto a Porto Rico, Clinton e Sanders disseram que, se vencerem a eleição, ajudarão o estado livre associado dos Estados Unidos, mergulhado numa enorme dívida de 70 bilhões de dólares.

Clinton e Trump, favoritos

Como nas edições anteriores, neste oitavo debate democrata os candidatos se chocaram em temas delicados, como a relação de Clinton com Wall Street, o financiamento de campanhas, o sistema de saúde e a mudança climática.

Sanders chegou ao debate favorecido pela inesperada vitória nas primárias de terça em Michigan.

Sua equipe acredita que se Sanders venceu em Michigan, também conseguirá fazê-lo em estados parecidos ou vizinhos, como Ohio, Illinois e Missouri, que votarão nas primárias da próxima semana, junto com a Flórida.

Mas a equipe de Hillary assinala que a indicação é conquistada acumulando delegados, e não vitórias simbólicas.

Com 13 triunfos em 22 primárias, Clinton conta com mais da metade dos delegados necessários para conseguir a indicação na convenção do partido na Filadélfia em julho.

No campo republicano, Donald Trump confirmou sua posição de favorito nas primárias de seu partido com uma tripla vitória na terça (Mississippi, Michigan e Havaí), que representou um duro golpe para as forças "antiTrump", que congregam altas figuras do Partido Republicano e dedicam milhões de dólares à propaganda.

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