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Mídia francesa não publicará fotos de autores de atentados

Decisão foi tomada por meios de comunicação do país "para evitar eventuais efeitos de glorificação póstuma"


	Ataques: "(...) não somos favoráveis a manter seu anonimato, mas suas fotos não servem para descrever sua trajetória", explicou um dos veículos
 (Pascal Rossignol/Reuters)

Ataques: "(...) não somos favoráveis a manter seu anonimato, mas suas fotos não servem para descrever sua trajetória", explicou um dos veículos (Pascal Rossignol/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2016 às 11h30.

Meios de comunicação franceses, como a rede BFMTV e os jornais Le Monde e La Croix, decidiram parar de publicar fotografias de autores de atentados, "para evitar eventuais efeitos de glorificação póstuma" e para "não colocar no mesmo nível vítimas e terroristas".

"Após o atentado de Nice, não publicaremos mais fotografias dos autores de massacres para evitar eventuais efeitos de glorificação póstuma", declarou o diretor do Le Monde, Jérôme Fenoglio, em um editorial nesta quarta-feira, referindo-se ao atentado reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico que deixou 84 mortos e 300 feridos em Nice (sul) no dia 14 de julho.

"Não se deve esconder os fatos, ou a trajetória dos assassinos, e por isso não somos favoráveis a manter seu anonimato, mas suas fotos não servem para descrever sua trajetória", explicou Fenoglio à AFP.

"Tomamos a decisão ontem à noite de não divulgar mais fotos de terroristas até nova ordem", anunciou à AFP Hervé Béroud, diretor de redação da BFMTV.

"A foto tem um caráter simbólico e emblemático" e "pode colocar no mesmo nível vítimas e terroristas", disse Béroud à AFP, esclarecendo que seguirão informando o nome dos autores dos atentados.

Por sua vez, o redator-chefe do jornal católico La Croix, François Ernenwein, disse à AFP que "só publicaremos o nome e a inicial do sobrenome (do autor do atentado), e não a foto".

No Twitter, a emissora de rádio Europe 1 também anunciou que deixará de "citar os nomes de terroristas em transmissões".

Já o jornal progressista Libération não compartilha este ponto de vista. Segundo o diretor-adjunto do jornal, Johan Hufangel, manter no anonimato os autores não é uma posição sustentável.

"Imaginem um artigo com os irmãos SA e BA, AA, FAM", declarou à AFP, ressaltando que "o debate sobre a utilização da foto no jornal e no site do Libération é constante desde a existência do jornal".

"Publicar fotos de terroristas e glorificá-los não é a mesma coisa. Dabiq (a revista do grupo EI) glorifica", acrescentou.

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