"Serei extremamente discreto", declarou Michel Temer, em junho (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2010 às 19h37.
São Paulo - O vice-presidente eleito do Brasil, Michel Temer, é um advogado e experiente político de 70 anos, nascido em uma família de origem libanesa, que em seu novo cargo terá como desafio tecer as alianças políticas do Governo.
Atual presidente da Câmara dos Deputados, Temer não foi unanimidade entre os idealizadores da campanha de Dilma Rousseff, apesar de ser o presidente nacional do PMDB e da Câmara dos Deputados.
Temer tem como aliado em seu partido o presidente do Senado e ex-presidente da república José Sarney, um dos artífices da coalizão que deu respaldo a Luiz Inácio Lula da Silva em seus dois mandatos como governante.
"Serei um vice nos limites da Constituição Federal. Serei extremamente discreto, como convém a um vice-presidente", declarou Temer quando escolhido, em junho, como candidato a vice-presidente.
Michel Miguel Elías Temer Lulia nasceu em Tietê, no estado de São Paulo, em setembro de 1940, no seio de uma família de imigrantes que chegou ao Brasil em 1925 procedente de Betabura, região do Koura, no norte do Líbano.
Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Temer é casado pela segunda vez e pai de quatro filhos.
O vice-presidente eleito foi professor da PUC e da Faculdade de Direito de Itu, da qual foi um dos fundadores.
Autor de quatro livros sobre direito constitucional, ocupou no Estado de São Paulo os cargos de procurador-geral e Secretário de Segurança Pública, no qual criou a primeira delegacia especializada em atendimento às mulheres.
Se em algum momento Dilma tiver que delegar a Presidência a Temer, a posição não lhe será estranha, já que já ocupou o cargo de maneira interina durante quatro dias em 1998 e por um dia no ano seguinte, durante ausência temporária do então presidente Fernando Henrique Cardoso e do vice Marco Maciel - a Constituição brasileira estabelece que o presidente da Câmara dos Deputados é o próximo na linha de sucessão, após o vice-presidente.
Antes de se juntar a Dilma na campanha eleitoral, Temer teve que enfrentar uma série de denúncias que envolviam seu nome em escândalos de corrupção, mas que não o impediram de concorrer a vice.
Na chamada "Operação Castelo de Areia", que investiga supostas irregularidades na construtora Camargo Correa, o nome de Temer aparece 21 vezes em listas apreendidas da contabilidade paralela da empresa.
Em outra operação ("Caixa de Pandora") realizada neste ano pela Polícia Federal em Brasília, Temer foi apontado como beneficiado de um esquema de corrupção que envolvia políticos e empresas.