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México vê fronteira e imigração como trunfos contra Trump

México espera que a segurança, a imigração e a administração da fronteira mútua estejam na pauta em conversas com o presidente eleito

Trump revoltou os mexicanos durante sua campanha acusando o vizinho do sul de enviar estupradores e traficantes de droga para seu país (Brian Snyder/Reuters)

Trump revoltou os mexicanos durante sua campanha acusando o vizinho do sul de enviar estupradores e traficantes de droga para seu país (Brian Snyder/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 11h50.

Cidade do México - O México pretende defender o livre comércio com os Estados Unidos usando a segurança de fronteira e a política imigratória para obter trunfos nas conversas com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, depois que o republicano tomar posse no mês que vem, disseram autoridades mexicanas de primeiro escalão.

Para desarmar as ameaças de Trump de interromper o comércio e os investimentos, autoridades dizem que o México pretende encontrar um meio termo entre ouvir os temores de Trump a respeito da imigração ilegal e dos empregos dos norte-americanos e adotar uma postura firme para proteger seus próprios interesses econômicos.

O México espera que a segurança, a imigração e a administração da fronteira mútua estejam na pauta, assim como o comércio, quando se sentar para conversar com a gestão Trump, disse uma pessoa familiarizada com o pensamento do governo mexicano, que falou sob condição de anonimato.

Em termos práticos, o México pode se oferecer para reforçar sua fronteira norte para conter o tráfico de drogas e os imigrantes, segundo um ex-funcionário de alto escalão a par das discussões no México.

Outra possibilidade é dar aos EUA um papel maior na segurança da divisa sul mexicana com a Guatemala, por onde milhares de imigrantes ilegais do resto da América Latina passam todos os dias rumo aos EUA, disse uma autoridade graduada do governo mexicano.

Depois da posse de Trump, no dia 20 de janeiro, o México precisa manter o debate com Washington tão abrangente quanto possível, afirmou Victor Giorgana, parlamentar do Partido Revolucionário Institucional (PRI), do presidente Enrique Peña Nieto.

"Não pode ser só a respeito de um tema, já que isso nos deixaria em desvantagem", disse Giorgana, que preside o comitê de Relações Exteriores da câmara baixa.

Trump revoltou os mexicanos durante sua campanha acusando o vizinho do sul de enviar estupradores e traficantes de droga para seu país e prometendo fazer o México pagar por um muro na fronteira para deter os imigrantes ilegais.

Embora discussões bilaterais com a equipe de Trump já estejam em andamento através de canais informais, ainda não está claro exatamente qual será a abordagem do republicano na presidência.

A maior preocupação econômica do México é com o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), acordo dos EUA com o Canadá e o México que sustenta o grosso do investimento estrangeiro direto e que Trump prometeu descartar se não conseguir reformulá-lo a seu favor.

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