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México coopera de forma "eficaz" contra o narcotráfico, diz ONU

No ano passado, México, EUA e Canadá concordaram em "intensificar as medidas" contra o crescente número de vítimas mortais causadas por opióides

Cocaína: em 2014, 87% da cocaína que entrou nos Estados Unidos passou pela América Central e o México (Australian Federal Police/AFP)

Cocaína: em 2014, 87% da cocaína que entrou nos Estados Unidos passou pela América Central e o México (Australian Federal Police/AFP)

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EFE

Publicado em 2 de março de 2017 às 10h37.

Viena - A cooperação do México com Estados Unidos e Canadá na luta contra o narcotráfico é "ampla" e "eficaz", apesar de o país latino-americano continuar sendo a fonte de boa parte das drogas ilegais que chegam a seus vizinhos do norte, afirmou a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife).

Em seu Relatório 2016, esse órgão da ONU encarregado de velar pelo cumprimento da legislação mundial sobre entorpecentes, também lembrou os esforços das autoridades mexicanas para erradicar cultivos ilícitos e desmantelar laboratórios clandestinos de produção de drogas.

O órgão reconheceu no documento que "a cooperação regional entre os três países" da América do Norte, que inclui operações policiais conjuntas, troca de inteligência e iniciativas de controle fronteiriço, "continuou sendo ampla e é considerada, em geral, eficaz".

Além disso, no ano passado, os países concordaram em "intensificar as medidas contra o crescente número de vítimas mortais" causadas por "opióides, como a heroína e o fentanilo (um narcótico sintético)", assim como pela "violência associada ao cultivo e ao tráfico de papoula no México".

O governo do México conseguiu erradicar até 26 mil hectares de papoula em 2015, após ter arrasado 21 mil e 14.622 hectares desses cultivos ilícitos em 2014 e 2013, respectivamente, acrescentou o relatório, que, por outro lado, fala de um aumento da produção de ópio.

Os cultivos ilícitos de papoula em todo o país teriam abrangido entre 21.500 e 28.100 hectares entre julho de 2014 e junho de 2015, segundo estimativas de um primeiro estudo conjunto do governo mexicano e do Escritório das Nações Unidas para as Drogas e o Crime (UNODC), realizado com base em imagens de satélites e fotografias aéreas.

Apesar de o México ter sido em 2014 "o principal país de origem das apreensões de metanfetamina" efetuadas nos EUA, e, em menor medida, no Canadá e na China, foi também nesse ano que as autoridades do país latino-americano conseguiram confiscar os maiores volumes dessa droga sintética.

Além disso, aumentou, em quase 38%, o número de laboratórios clandestinos de precursores utilizados para fabricar metanfetamina desmantelados em 2015.

A Jife observou, no entanto, que a produção dessa droga sintética no México recorre cada vez mais a novos métodos.

Em 2014, 87% da cocaína que entrou nos Estados Unidos passou pela América Central e o México, contra 13% que entrou pelo Caribe, sobretudo por Porto Rico e pela República Dominicana, segundo os dados da Jife.

E o México é também, junto à Colômbia, um dos principais fornecedores de heroína para o mercado americano.

Quanto ao consumo ilícito, a cannabis "continua sendo" a droga mais difundida em toda América do Norte, segundo o relatório.

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