Mundo

Mesmo após concessões, multidão protesta contra o governo no Chile

O movimento é a maior manifestação popular ocorrida no país desde o fim da ditadura comandada por Augusto Pinochet

Chile: há uma semana população protesta contra o governo e a desigualdade no país  (Ivan Alvarado/Reuters)

Chile: há uma semana população protesta contra o governo e a desigualdade no país (Ivan Alvarado/Reuters)

E

EFE

Publicado em 25 de outubro de 2019 às 20h13.

Santiago — A maior manifestação popular ocorrida no Chile desde o fim da ditadura comandada por Augusto Pinochet reuniu em diversas ruas da capital Santiago pelo menos  uma multidão de pessoas nesta sexta-feira (25), quando se completa uma semana do início dos protestos contra o governo e a desigualdade social no país.

Apesar de a manifestação ter sido marcada para as 17h (horário local e em Brasília), a imensa Praça Itália, ponto nevrálgico da maior onda de protestos da história democrática do Chile, já estava lotada cerca de uma hora antes, enquanto milhares de pessoas que seguiam para o local tentavam com muita dificuldade percorrer as avenidas próximas, também cheias.

A multidão reivindicava a saída do presidente Sebastián Piñera devido à repressão e a supostas violações dos direitos humanos cometidas pelas forças de segurança contra os manifestantes em dias anteriores. Além disso, o protesto critica o pacote de medidas proposto pelo político para atender às reivindicações de melhores aposentadorias e salários, de preços mais justos para contas de luz e gás e para o ensino universitário e os serviços públicos de saúde.

Em meio à multidão começou a ser aberta uma gigantesca bandeira com a inscrição "o Chile despertou", que ganhou força nas redes sociais, acompanhada pela frase "Não estamos em guerra", em referência à declaração de guerra feita por Piñera contra os causadores de incêndios em supermercados e estações do metrô durante os protestos.

Outro grande cartaz exigia a convocação de uma assembleia constituinte para redigir uma nova Constituição, que substituiria a que está em vigor desde 1980 - durante a ditadura de Pinochet.

"Pela dignidade do nosso povo, às ruas, sem medo", dizia noutro grande cartaz colocado no alto de um dos edifícios que ficam em frente à emblemática praça santiaguina.

No centro da praça, participavam do protesto, unidos, membros de torcidas organizadas dos três maiores clubes de futebol do país - Universidad do Chile, Colo Colo e Universidad Católica.

Esta onda de protestos, que tem saldo de 19 mortos em confrontos, além de pelo menos 600 feridos e 6 mil detidos, segundo o Ministério Público, ocorre poucas semanas antes de Santiago receber uma série de grandes eventos.

Em três semanas, a cidade deve sediar a cúpula de líderes do Fórum Econômico Ásia-Pacífico (Apec), onde se espera a possível chegada dos presidentes de Estados Unidos, Donald Trump; Rússia, Vladimir Putin; e China, Xi Jinping.

Em 23 de novembro, Santiago será palco da final da Taça Libertadores, entre Flamengo e River Plate, e em dezembro receberá a 25ª cúpula mundial do clima (COP25).

Acompanhe tudo sobre:ChileProtestos no mundo

Mais de Mundo

Milei denuncia 'corridas cambiais' contra seu governo e acusa FMI de ter 'más intenções'

Tiro de raspão causou ferida de 2 cm em orelha de Trump, diz ex-médico da Casa Branca

Trump diz que 'ama Elon Musk' em 1º comício após atentado

Israel bombardeia cidade do Iêmen após ataque de rebeldes huthis a Tel Aviv

Mais na Exame