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Merkel é reeleita líder dos conservadores alemães

Merkel obteve 89,5% dos votos, contra os 96,7% conseguidos dois anos atrás

Angela Merkel: a chanceler foi assim ratificada como líder do partido (Fabrizio Bensch/Reuters)

Angela Merkel: a chanceler foi assim ratificada como líder do partido (Fabrizio Bensch/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 13h52.

Última atualização em 6 de dezembro de 2016 às 14h16.

Essen - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, foi reeleita nesta terça-feira presidente da União Democrata-Cristã (CDU) com 89,5% dos votos, no Congresso realizado pela formação em Essen (oeste) para preparar a campanha eleitoral das eleições gerais de 2017.

Merkel obteve com este resultado, contra os 96,7% conseguidos dois anos atrás, ser ratificada líder do partido, duas semanas após ter anunciado que concorrerá a um quarto mandato como chanceler no pleito previsto para dentro de dez meses.

Antes da votação, Merkel tinha se dirigido a suas fileiras para pedir apoio e unidade, após advertir que a campanha para sua reeleição como chanceler "não será fácil".

"Necessito de vossa ajuda", afirmou, para acrescentar que "está em nossa mão conseguir o futuro que queremos para nosso país", para o qual é preciso conseguir a coesão de seu partido e também o apoio do União Social-Cristã da Baviera (CSU).

As próximas eleições gerais serão muito mais difíceis do que as anteriores e em nenhum caso pode ganhar a emergente direita radical de Alternativa pela Alemanha (AfD).

Merkel dirigiu aos delegados um discurso de uma hora e meia no qual prometeu que, se ganhar as eleições, não haverá aumento de impostos.

O tema central do congresso é o amparo aos refugiados (Alemanha recebeu desde o começo de 2015 1,3 milhão de solicitantes de asilo) e Merkel buscou a aproximação com a ala mais direitista da CDU e com a CSU.

A chanceler admitiu que nem todos os refugiados chegados à Alemanha poderão permanecer no país, mas garantiu que cada uma das solicitações de asilo serão avaliadas individualmente para determinar os que têm direito a ficar.

Merkel se comprometeu a trabalhar intensamente para a integração daqueles que têm perspectivas de ficar e também de acelerar as expulsões dos que não estejam nessa situação.

A chanceler foi ovacionada ao se pronunciar a favor do veto aos véus islâmicos integrais "nos espaços públicos onde é possível sua proibição", para ressaltar que em uma sociedade aberta temos que andar "com o rosto descoberto".

Suas palavras foram seguidas por algumas intervenções críticas, exigindo uma posição mais claramente conservadora para fazer frente à direita radical.

Finalmente, Merkel alcançou esse claro respaldo dos delegados, 16 anos após ter assumido as rédeas da CDU, então com 95,6% dos votos.

Desde então foi ratificada no cargo a cada dois anos com resultados que oscilaram entre o mínimo de 88,4%, em 2004, e o recorde de 97,9% de 2012, enquanto em 2014, obteve os mencionados 96,7%.

O congresso de Essen tem para Merkel um significado especial, já que nessa mesma cidade da Bacia do Ruhr foi realizado em 2000 o congresso do qual saiu como chefe da CDU, então na oposição e em meio ao escândalo de contas secretas durante a chamada "era" Helmut Kohl.

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