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Merkel é recebida com pequenos protestos em Portugal

Manifestantes anti-austeridade enrolaram estátuas de Lisboa com faixas pretas de luto para receber a chanceler alemã

Doze ou mais estátuas públicas amanheceram nesta segunda-feira cobertas com faixas pretas de plástico em sinal de luto (Hugo Correia/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 12h26.

Lisboa - Manifestantes anti-austeridade enrolaram estátuas de Lisboa com faixas pretas de luto para receber Angela Merkel nesta segunda-feira e um jornal de negócios local culpou a chanceler alemã em visita por políticas de estilo "Frankenstein" que conduziram Portugal à pobreza.

Merkel, que chegou pouco antes das 10h (horário de Brasília), iria renovar o seu endosso aos cortes de gastos e aumentos de impostos apresentados pelo primeiro-ministro conservador Pedro Passos Coelho, para cumprir os termos do acordo de resgate europeu do ano passado, apoiado pela Alemanha, para o país profundamente endividado.

Sua visita de seis horas também parece destinada a tranquilizar os eleitores alemães de que o dinheiro do resgate que o país emprestou está sendo bem utilizado.

Mas embora ela não deva ser recebida com o gás lacrimogêneo e as provocações nazistas que azedaram uma visita semelhante a Atenas um mês atrás, a paciência dos portugueses com a austeridade começou a diminuir durante a pior recessão desde os anos 1970.

Centenas de policiais estavam em patrulha, interrompendo o trânsito ao redor do palácio presidencial de Lisboa; barreiras foram criadas e esquadrões de polícia de choque estavam parados nas proximidades, prontos para agir. Apenas uma dúzia de manifestantes se reuniu no final da manhã, no entanto, sob uma faixa com os dizeres: "Pelo direito ao trabalho, pelo direito de estar com raiva".

"Eu estou aqui porque eu não quero que Portugal se torne uma colônia", disse Alcides Santos, de 46 anos, um engenheiro de computação desempregado.


Merkel vai se reunir com o presidente Aníbal Cavaco Silva e o primeiro-ministro Passos Coelho antes de falar com chefes empresariais em uma conferência.

Doze ou mais estátuas públicas amanheceram nesta segunda-feira cobertas com faixas pretas de plástico em sinal de luto, enquanto uma campanha online pedia aos portugueses para se vestir de preto durante a visita de Merkel.

Os manifestantes também haviam colado cartazes mostrando Passos Coelho, Merkel e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, em um cassino com a seguinte legenda: "Nós pagamos, eles jogam, o banco ganha".

Em um exemplo surpreendente de como um consenso sobre o corte do déficit foi quebrado dentro do governo português, um dos principais jornais de negócios, o Diário Econômico, publicou um artigo de opinião nesta segunda-feira condenando Merkel por pressionar o governo português a impor medidas de austeridade em meio a uma recessão profunda.

"Merkel fez um Frankenstein econômico de Portugal", disse o jornal, alertando para uma espiral descendente na atividade.

A líder alemã, no entanto, insistiu que apenas reformas para cortar o déficit público podem restaurar o crescimento e ela e seus ministros citaram Portugal como um modelo para outros devedores: "Portugal está cumprindo os compromissos que assumiu muito bem", disse Merkel à emissora portuguesa RTP, no domingo.

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Lisboa - Manifestantes anti-austeridade enrolaram estátuas de Lisboa com faixas pretas de luto para receber Angela Merkel nesta segunda-feira e um jornal de negócios local culpou a chanceler alemã em visita por políticas de estilo "Frankenstein" que conduziram Portugal à pobreza.

Merkel, que chegou pouco antes das 10h (horário de Brasília), iria renovar o seu endosso aos cortes de gastos e aumentos de impostos apresentados pelo primeiro-ministro conservador Pedro Passos Coelho, para cumprir os termos do acordo de resgate europeu do ano passado, apoiado pela Alemanha, para o país profundamente endividado.

Sua visita de seis horas também parece destinada a tranquilizar os eleitores alemães de que o dinheiro do resgate que o país emprestou está sendo bem utilizado.

Mas embora ela não deva ser recebida com o gás lacrimogêneo e as provocações nazistas que azedaram uma visita semelhante a Atenas um mês atrás, a paciência dos portugueses com a austeridade começou a diminuir durante a pior recessão desde os anos 1970.

Centenas de policiais estavam em patrulha, interrompendo o trânsito ao redor do palácio presidencial de Lisboa; barreiras foram criadas e esquadrões de polícia de choque estavam parados nas proximidades, prontos para agir. Apenas uma dúzia de manifestantes se reuniu no final da manhã, no entanto, sob uma faixa com os dizeres: "Pelo direito ao trabalho, pelo direito de estar com raiva".

"Eu estou aqui porque eu não quero que Portugal se torne uma colônia", disse Alcides Santos, de 46 anos, um engenheiro de computação desempregado.


Merkel vai se reunir com o presidente Aníbal Cavaco Silva e o primeiro-ministro Passos Coelho antes de falar com chefes empresariais em uma conferência.

Doze ou mais estátuas públicas amanheceram nesta segunda-feira cobertas com faixas pretas de plástico em sinal de luto, enquanto uma campanha online pedia aos portugueses para se vestir de preto durante a visita de Merkel.

Os manifestantes também haviam colado cartazes mostrando Passos Coelho, Merkel e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, em um cassino com a seguinte legenda: "Nós pagamos, eles jogam, o banco ganha".

Em um exemplo surpreendente de como um consenso sobre o corte do déficit foi quebrado dentro do governo português, um dos principais jornais de negócios, o Diário Econômico, publicou um artigo de opinião nesta segunda-feira condenando Merkel por pressionar o governo português a impor medidas de austeridade em meio a uma recessão profunda.

"Merkel fez um Frankenstein econômico de Portugal", disse o jornal, alertando para uma espiral descendente na atividade.

A líder alemã, no entanto, insistiu que apenas reformas para cortar o déficit público podem restaurar o crescimento e ela e seus ministros citaram Portugal como um modelo para outros devedores: "Portugal está cumprindo os compromissos que assumiu muito bem", disse Merkel à emissora portuguesa RTP, no domingo.

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