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Merkel é aplaudida ao defender que Europa precisa de migrantes

A chanceler alemã afirmou que a União Europeia "vai precisar de um número maior de mão de obra qualificada de fora"

Merkel: "A emigração traz prosperidade", disse a chanceler durante a conferência (Abderrahmane Mokhtari/Reuters)

Merkel: "A emigração traz prosperidade", disse a chanceler durante a conferência (Abderrahmane Mokhtari/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 13h14.

Marrakech - A chanceler alemã, Angela Merkel, foi fortemente aplaudida nesta segunda-feira, na Conferência Intergovernamental sobre o Pacto Mundial para a Migração organizada em Marrakech, ao ressaltar que a União Europeia (UE) "vai precisar de um número maior de mão de obra qualificada de fora", em uma aberta defesa da imigração e do pacto que foi aprovado hoje na cidade marroquina.

Ao final do discurso, ela recebeu uma longa salva de palmas dos representantes dos mais de 150 países presentes. Na saída, o ministro de Relações Exteriores do Marrocos, Nasser Bourita, elogiou e disse que Merkel "é corajosa", se referindo ao sentimento de oposição que o documento para "a migração ordenada, segura e regular" despertou em vários países da Europa Central e na própria Alemanha, que, no entanto, não fizeram à chanceler ceder na sua decidida defesa do Pacto.

"A emigração traz prosperidade", disse Merkel, em resposta às "ansiedades e temores, além da informação falsa difundida por aqueles que se opõem ao pacto", antes de defender o multilateralismo para enfrentar esta realidade.

Merkel reconheceu que existe um grande fluxo de imigrantes que transita por vias irregulares, mas diante desse cenário ela afirmou que não são os traficantes de seres humanos que devem decidir como as pessoas cruzam as fronteiras, mas sim um marco regulador claro.

O Pacto assinado hoje se compromete "a proteger as fronteiras, expedir documentos convenientes para as pessoas e ajudar na readmissão das que assim desejarem", de acordo com a chanceler.

De forma nada casual, Merkel fez alusão ao próprio passado nazista da Alemanha, "que causou grande sofrimento", e lembrou que o nacionalismo exacerbado foi então respondido com o multilateralismo, que é a "resposta comum aos problemas globais".

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