Camarões: outras duas crianças ficaram gravemente feridas (foto/Wikimedia Commons)
EFE
Publicado em 1 de novembro de 2017 às 14h37.
Última atualização em 1 de novembro de 2017 às 14h45.
Yaoundé - Pelo menos seis crianças morreram em um ataque suicida cometido por uma menor de idade em Zamga, no norte de Camarões e muito perto da fronteira com a Nigéria, informaram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes de segurança.
O ataque aconteceu no final da noite de ontem na região camaronesa de Mayo Tsanaga e acabou com a vida de seis crianças que estavam brincando na rua, enquanto outras duas ficaram gravemente feridas, explicaram as fontes.
As suspeitas indicam que a menina suicida, que também morreu na explosão, estava vinculada às ações do grupo terrorista nigeriano Boko Haram.
Essa milícia utilizou crianças e mulheres suicidas em várias ocasiões para realizar atentados.
O último aconteceu há apenas dois dias, quando dois civis morreram em Mada, no extremo norte de Camarões.
Além disso, outras 11 pessoas morreram no domingo na cidade de Goudéri, também no norte do país.
Nos últimos meses, o Camarões vem sofrendo com uma escalada da violência, após um período mais tranquilo entre o fim de 2016 e o início de 2017, e pelo menos 158 civis morreram desde abril, segundo números de Anistia Internacional.
Diante do aumento dos ataques, o Batalhão de Intervenção Rápida de Camarões realiza uma operação de segurança na fronteira com a Nigéria, onde está construindo fundações de quatro metros de profundidade ao longo de 100 quilômetros para conter a entrada dos jihadistas no país.
Especialistas consultados pela Efe assinalaram que os radicais islâmicos querem transformar o lago Chade em seu novo bastião, depois que o exército nigeriano os expulsou de várias partes do norte da Nigéria.
Boko Haram, que em línguas locais significa "a educação não islâmica é pecado", luta para impor um Estado islâmico na região.
Desde 2014, a guerra contra Boko Haram resultou na morte de mais de 2 mil pessoas em Camarões, e também forçou o deslocamento de pelo menos 160 mil, a maioria no norte do país, segundo números divulgados pela imprensa camaronesa.