Meirelles sinaliza que pode permanecer no Banco Central
Brasília - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sinalizou em um jantar com a cúpula do PMDB na noite passada que pode permanecer no comando da instituição, afirmaram integrantes do partido na madrugada desta quarta-feira. Se a percepção se confirmar, contrariaria todas as expectativas que davam como praticamente certa sua desincompatibilização para disputar, eventualmente, […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
Brasília - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sinalizou em um jantar com a cúpula do PMDB na noite passada que pode permanecer no comando da instituição, afirmaram integrantes do partido na madrugada desta quarta-feira.
Se a percepção se confirmar, contrariaria todas as expectativas que davam como praticamente certa sua desincompatibilização para disputar, eventualmente, algum mandato na eleição de outubro.
"Acho que ele vai ficar, a não ser que tenha alguma reviravolta," disse à Reuters o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), presente ao encontro.
O jantar foi oferecido pelo presidente da Câmara e do partido, deputado Michel Temer (PMDB-SP), e contou com a participação de parlamentares.
Em uma de suas intervenções durante o evento, Meirelles chegou a comentar que, se deixasse o BC, não teria chance de exercer plenamente seu mandato no Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), espécie de Banco Central dos bancos centrais do mundo. Ele foi o primeiro presidente da autoridade monetária brasileira indicado para o Conselho Diretor e também para presidir o Conselho Consultivo das Américas do órgão.
Henrique Meirelles manteve mistério sobre seu futuro político na terça-feira, após encontrar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião serviria para que ele comunicasse sua decisão, mas diante de um pedido do presidente para que permanecesse no cargo até o fim do governo, pediu 24 horas para pensar no assunto.
"Esse negócio de ele ser do conselho dos bancos centrais (BIS) pode pesar," disse um deputado do PMDB sob condição de anonimato.
Meirelles já foi cotado para disputar o governo de Goiás; uma vaga no Senado ou ser o vice na chapa de Dilma Rousseff (PT) na disputa presidencial.
Sua indefinição surpreendeu o governo e o próprio partido, ao qual se filiou em setembro de 2009. Todas as apostas nos últimos meses davam conta de um retorno ao mundo político neste ano. No encontro com Lula na véspera, ele teria deixado a impressão de que adiaria o projeto.