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Medidas antiterror podem ter efeito contrário, diz ONU

Para chefe de direitos humanos da ONU, tentar combater o terrorismo limitando as liberdades pessoais e maltratando suspeitos poderia apenas agravar o problema


	Navi Pillay fala durante coletiva de imprensa em Jacarta, na Indonésia: "medidas que violam os direitos humanos não extirpam o terrorismo, elas o nutrem", disse
 (©AFP / Adek Berry)

Navi Pillay fala durante coletiva de imprensa em Jacarta, na Indonésia: "medidas que violam os direitos humanos não extirpam o terrorismo, elas o nutrem", disse (©AFP / Adek Berry)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2013 às 12h08.

Ganebra - A chefe de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, disse nesta segunda-feira aos governantes que tentar combater o terrorismo limitando as liberdades pessoais e maltratando suspeitos poderia apenas agravar o problema.

Pillay falou no momento em que a Grã-Bretanha e a França consideram apertar as leis antiterror e a vigilância após os ataques contra de dois soldados em Londres e Paris, e após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter renovado seus esforços para fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba.

Em discurso na abertura da sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Pillay disse ter recebido denúncias de "violações muito graves dos direitos humanos ocorridas no contexto de operações de contra-terrorismo e contra-revoltas".

"Tais práticas são autodestrutivas. Medidas que violam os direitos humanos não extirpam o terrorismo, elas o nutrem", disse.

Pillay não fez nenhuma referência direta à morte de um soldado britânico de folga em Londres na quarta-feira por dois homens que disseram agir em nome do islã, nem ao ataque com faca a um soldado na capital francesa.

Muitos políticos de ambos os países pediram o endurecimento das medidas antiterrorismo, na sequência dos dois incidentes e relatórios de mídia têm sugerido que tais medidas, incluindo algumas que poderiam afetar a liberdade de expressão, poderiam estar em elaboração.

Pillay também disse que o fracasso dos EUA em fechar o centro de detenção de Guantánamo é "um exemplo de luta contra o terrorismo falhando em defender os direitos humanos, entre eles o direito a um julgamento justo".

Um total de 166 pessoas de 23 países, muitos detidos por mais de uma década sem acusação, permanecem na prisão criada após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

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