May critica declarações "inaceitáveis" de Trump sobre democratas
No final de semana, Trump afirmou que as representantes democratas progressistas deveriam "voltar de onde vieram"
AFP
Publicado em 15 de julho de 2019 às 10h47.
A primeira-ministra britânica Theresa May considerou, nesta segunda-feira, como "totalmente inaceitáveis" as declarações do presidente americano Donald Trump sobre as mulheres parlamentares democratas, que ele convidou no domingo a "voltar" de onde vieram. Theresa May "considera que a linguagem que foi utilizada para falar sobre essas mulheres foi totalmente inaceitável", declarou o porta-voz da líder conservadora, geralmente comedida em suas críticas ao presidente americano.
"Por que não retornam e ajudam a consertar os lugares quebrados e infestados de crimes de onde vieram?", tuitou o republicano no domingo.
Trump não citou especificamente nenhuma congressista, mas sua menção às "representantes democratas progressistas" foi interpretada como uma referência a um grupo de mulheres liberais mais jovens que integram pela primeira vez a Câmara dos Representantes, entre elas Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York; Ilhan Omar, de Minessota; e Rashida Tlaib, do Michigan.
As críticas de Theresa May surgem após a tempestade diplomática da semana passada, desencadeada pela publicação na imprensa de memorandos diplomáticos confidenciais com comentários do embaixador britânico em Washington, Kim Darroch, desfavoráveis a Donald Trump.
Nos documentos, Kim Darroch considerou a Casa Branca "inepta" e Donald Trump um "tolo pretensioso".
Furioso, o presidente americano reiterou seus ataques a Theresa May e sua gestão do Brexit. "Eu disse a Theresa May como concluir um acordo, mas ela fez isso de maneira ridícula - incapaz de fazer acontecer - Um desastre!".
O embaixador anunciou sua demissão na quarta-feira.
May, que renunciou no início de junho, entregará as rédeas do governo britânico na próxima semana a seu sucessor, cujo nome será conhecido em 23 de junho. Seu ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson é o favorito contra o atual chefe de diplomacia do país, Jeremy Hunt.