Marina Silva já sofre assédio de PT e PSDB para 2º turno
PT e PSDB estão de olho na fatia de quase 20% do eleitorado brasileiro, decisivo no segundo turno
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Brasília - O PV fechou o primeiro turno das eleições em clima de festa e com um tremendo dilema pela frente. A festa é pelos surpreendentes 19,6 milhões de votos dados à candidata Marina Silva.
O dilema é sobre o que fazer no segundo turno. O assédio do PT e do PSDB pela fatia de quase 20% do eleitorado brasileiro que pode ser o fiel da balança no segundo turno, terá fogo pesado.
Na verdade, começou bem antes do fechamento das urnas. Há quase duas semanas que José Serra, do PSDB, vem mantendo discretíssimos contatos com representantes da direção nacional do PV.
A definição verde não será fácil. Ontem, na entrevista à imprensa que deu logo após as urnas anunciarem o segundo turno, Marina declarou que o partido só vai tomar posição após consultas e debates internos - um processo que pode se estender por vários dias.
Ela também disse que a discussão ocorrerá sempre a partir do programa de governo que apresentou na campanha.
Uma parte dos assessores próximos de Marina, filiados recentemente ao partido, defende a ideia de que ela se mantenha neutra, sem declarar apoio a nenhum dos dois candidatos. Por outro lado, integrantes da direção nacional do partido querem o alinhamento com Serra.
Um deles é o presidente da legenda, José Luiz Penna. Essa atitude seria natural, do ponto de vista dela, considerando que em alguns Estados, como São Paulo e Rio, PV e PSDB já são aliados.
Para se ter uma ideia do confronto entre os dois grupos, é interessante observar que Penna não compareceu à comemoração de Marina, ontem à noite, no salão de um cineclube, na Vila Madalena, na zona oeste, em São Paulo. A candidata apresentou-se à imprensa e aos militantes verdes cercada por familiares e pelo grupo que trouxe para o PV, quando se filiou à legenda, no ano passado.
Internamente, comenta-se que Marina não quer ficar ausenta dos debates do segundo turno. Mas que isso não significa necessariamente subir no palanque de Dilma ou de Serra. Fala-se que poderia dialogar com os dois, como uma espécie de crítica dos programas, uma ombudsman dos eleitores verdes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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