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Furacão Maria chega a Porto Rico com categoria 4

O centro do furacão entrou na ilha perto de Yabucoa, sul de Porto Rico, às 6h15 locais (7h15 de Brasília)

Maria: o furacão se encontra na categoria quatro da escala Saffir-Simpson (NASA/Projeto NOAA GOES/Divulgação/Reuters)

Maria: o furacão se encontra na categoria quatro da escala Saffir-Simpson (NASA/Projeto NOAA GOES/Divulgação/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 08h30.

Última atualização em 20 de setembro de 2017 às 08h37.

Depois de deixar pelo menos dois mortos em sua passagem pelo Caribe e de castigar as Ilhas Virgens americanas, o olho do furacão Maria atingiu Porto Rico nesta quarta-feira (20), com ventos de 255 km/h.

O centro do furacão entrou na ilha perto de Yabucoa, sul de Porto Rico, às 6h15 locais (7h15 de Brasília).

Maria se encontra na categoria quatro da escala Saffir-Simpson, que mede esses fenômenos, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês).

Cruzará o arquipélago americano durante o dia e, na sequência, passará ao norte da República Dominicana, acrescentou o NHC.

Em Porto Rico, cerca de 3,5 milhões de moradores correram ontem para comprar produtos de primeira necessidade e proteger suas casas e negócios.

Cerca de 500 abrigos com capacidade para 67 mil pessoas foram abertos para enfrentar o furacão, que "pode ser o pior do (último) século em Porto Rico", afirmou o governador deste território americano, Ricardo Rossello Nevares.

Pelo menos 50 mil casas continuam sem energia elétrica nesse território desde a passagem do furacão Irma.

Às 5h locais (6h, horário de Brasília), 11.229 pessoas já haviam procurado abrigo, tuitou o governador.

"Confesso que tenho medo. Pela primeira vez estou preocupada, porque é a primeira vez que vou ver um furacão dessa intensidade", disse à AFP a professora Noemi Aviles Rivera, de 47 anos, que sobreviveu a dois deles: Hugo, em 1989, e Georges, em 1998.

Cenário de desolação

Na ilha de Saint John, que ainda tenta se recuperar da passagem do Irma, há duas semanas, o furacão derrubou árvores e causou grandes danos materiais. Não há informações de vítimas até o momento.

As autoridades instauraram toque de recolher nas Ilhas Virgens britânicas, "extremamente vulneráveis", segundo o primeiro-ministro Orlando Smith.

Horas antes de alcançar as Ilhas Virgens americanas, Maria semeou desolação em territórios como a ilha francesa de Guadalupe. Lá, deixou dois mortos, e duas pessoas estão desaparecidas. Dominica também foi afetada.

A única informação de que se dispõe até agora é uma mensagem do primeiro-ministro Roosevelt Skerrit no Facebook, relatando que a ilha perdeu "tudo o que o dinheiro pode comprar".

O vento "arrasou os telhados das casas de quase todas as pessoas, com as quais eu falei", acrescentou.

Maria também deve passar ao sul da costa de St. Martin e St. Barts, já devastadas pelo Irma em 6 de setembro, segundo o Ministério holandês da Defesa. Ambas as ilhas estão em alerta vermelho, segundo a agência meteorológica francesa, a Météo France.

Irma deixou cerca de 40 mortos no Caribe, antes de golpear a Flórida, estado americano onde pelo menos 58 pessoas morreram.

Da ONU, em Nova York, o presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que os devastadores furacões "são uma das consequências diretas do aquecimento global".

"Essas consequências nos permitem compreender plenamente que o aquecimento global não é uma abstração, ou um fenômeno que afetaria apenas nossos filhos e netos. São, hoje, consequências muito diretas para nossas populações", advertiu Macron.

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