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Maré negra no Golfo já custou US$ 3,12 bi à BP

A cifra representou um aumento de US$ 500 mi em relação à semana passada

Trabalhadores tentam conter resíduos de petróleo na costa americana (.)

Trabalhadores tentam conter resíduos de petróleo na costa americana (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

Londres - O grupo petroleiro britânico BP anunciou nesta segunda-feira que a maré negra provocada pela explosão de uma de suas plataformas no Golfo do México já custou 3,12 bilhões de dólares, uma fatura em alta de 500 milhões em relação à semana passada.

No domingo, os dois sistemas instalados para recuperar o petróleo vazado permitiram recolher 25.198 barris de petróleo, ou seja, um total de 585.400 barris recuperados assim desde o início do vazamento, segundo comunicado da BP.

A limpeza do petróleo foi retomada em algumas parte do Golfo do México, apesar de alguns barcos não terem condições de navegar por causa das fortes ondas, o que dificulta os esforços para conter a pior maré negra da história americana.

Mas um gigantesco navio taiuanês, que chegou no sábado ao local onde continua vazando petróleo da plataforma destruída por uma explosão há mais de dois meses, retomou pouco a pouco as operações de limpeza, depois de vários dias de fortes perturbações causadas pela tempestade tropical Alex.

A embarcação do tipo cisterna "A Whale", propriedade da companhia taiuanesa TMT Group, tem 275 metros de extensão e pode recuperar até 500.000 barris por dia (80 milhões de litros), contra os 2,5 milhões de barris recuperados nas últimas dez semanas por todos os pequenos barcos posicionados no golfo para participar nessas operações.

"Absorve o petróleo e a água 'empetrolada' e depois filtra o petróleo e expele a água", disse o porta-voz da BP Toby Odone.

Outro navio, o "Hélix Producer", começará as tarefas de contenção na quarta-feira. Funcionários afirmaram que graças a este navio terão uma melhor estimativa do fluxo atual de petróleo, "apenas pelo aspecto do petróleo que sai pelo tampão", disse o almirante Thad Allen, presidente da BP, a petroleira britânica responsável pelo acidente.

As fortes marés e ventos provocados pela passagem da tempestade Alex atrasaram os esforços de limpeza, empurrando mais petróleo para o interior e espalhando óleo da Louisiana para a Flórida.


"A tarefa de limpeza será longa e árdua durante os próximos dias", explicou na véspera o contra-almirante Paul Zukunft.

"Estou especialmente preocupado com a fauna local."

Apesar dos esforços de contenção, "não estamos a salvo ainda", advertiu.

A situação atrapalhou algumas celebrações pelo Dia da Independência neste domingo.

Embora em Grand Isle, Louisiana, algumas bandeiras americanas ondeassem, as famílias não passaram o dia na praia como geralmente fazem neste dia festivo. As pessoas optaram por encher piscinas infláveis e instalá-las a poucos metros dos restaurantes de mariscos que estavam fechados.

"Não pisei na praia nas últimas semanas", disse Amy Lafourt, um garçom de Artie, um bar localizado na praia.

O poço continua vazando entre 30.000 e 60.000 barris por dia desde que a plataforma operada pela British Petroleum (BP) afundou no último dia 22 de abril.

Estima-se que entre 1,6 a 3,6 milhões de barris de petróleo vazaram no Golfo do México desde o acidente.

De acordo com estas cifras, este desastre é de maior magnitude que o derramamento de Ixtoc de 1979 que derramou em torno de 3,3 milhões de barris no Golfo do México.

O único antecedente mais grave é o vazamento intencional de petróleo pelas tropas iraquianas no Kuwait durante a Guerra do Golfo em 1991 que derramou de seis a oito milhões de barris de petróleo.

Posteriormente, terão de decidir se o sistema existente de limpeza deve permanecer ou se deverão substituí-lo por outro sistema capaz de recolher 80.000 barris de petróleo por dia.


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