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Manual brasileiro será adotado pela Interpol

O Manual Brasileiro de Investigações de Fugitivos, criado pela Polícia Federal (PF) em 2008, foi adotado pela Interpol como modelo a ser seguido

Interpol vai ajudar governo do México a evitar que ex-deputado fuja do país (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2011 às 19h08.

Brasília - Retratado no cinema como paraíso de destino de gangsters dos quatro cantos do Planeta, o Brasil virou o jogo e agora já é considerado grife internacional em matéria de captura de foragidos. O Manual Brasileiro de Investigações de Fugitivos, criado pela Polícia Federal (PF) em 2008, foi adotado pela Interpol como modelo a ser seguido pelo mundo e será lançado amanhã, nas versões em inglês e espanhol, na reunião anual da entidade, em Hanói, capital do Vietnã.

Criada na década de 1920 com a missão de promover, mediante cooperação internacional, a investigação e a prisão de fugitivos, a Interpol editou normas, mas nunca havia produzido um manual global para atender aos seus 191 países membros. A primeira versão será destinada a cerca de cem países. A seguir serão tiradas edições em francês e em outras línguas até que todos os membros sejam alcançados, segundo explicou o delegado Jorge Pontes, representante do Brasil na sede da Interpol, em Lion, França.

Desenvolvido desde 2002, o manual da PF fez a média anual de prisões de criminosos fugitivos saltar de 20 para mais de 50 a partir de 2008, quando foi totalmente implementado. Até outubro deste ano, já foram capturados 44 foragidos, contra 51 no ano passado e 58 em 2009. O número de estrangeiros presos no Brasil, desde então, passou a ser maior que o de criminosos brasileiros presos no exterior. O País figura há dois anos na lista Top 10 da Interpol.

Caíram nas grades, no período, alguns dos foragidos mais procurados pela difusão vermelha internacional, como o israelense Elior Noam Hen, condenado à prisão perpétua por torturar crianças em nome da fé, o americano Shalon Weiss, considerado o maior estelionatário do mundo, condenado a 845 anos de prisão e os traficantes colombianos Mery Valência e Juan Carlos Abadia.


Ex-chefe da Interpol no Brasil, o delegado Pontes coordenou a elaboração do manual e caberá a ele fazer, na reunião, uma exposição sobre os avanços nas técnicas de investigação de fugitivos. O diretor-geral da PF, Leandro Daiello, participará do evento. O manual traz técnicas modernas de investigação, identificação biométrica, cruzamento de dados e rastreamento de foragidos da difusão vermelha da Interpol.

O documento define conceitos, dedica um capítulo à identificação de foragidos e traça até os perfis criminológico e psicológico do fugitivo. Detalha os elementos de planejamento de uma investigação e mostra o que evitar numa busca. Enumera as regras básicas para o cerco global, ensina como seguir os rastros do fujão e mostra a melhor tecnologia a serviço do rastreamento.

A versão mundial traz algumas adaptações. Uma chega a ser curiosa. A expressão "elemento", comum no jargão policial brasileiro, é substituída por outras usuais em inglês e espanhol. "Agora é a PF que empresta sua doutrina e técnica para o mundo", disse Pontes, satisfeito com o fato de o País ter deixado de ser visto como porto seguro para mafiosos, traficantes e delinquentes do mundo inteiro.

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Brasília - Retratado no cinema como paraíso de destino de gangsters dos quatro cantos do Planeta, o Brasil virou o jogo e agora já é considerado grife internacional em matéria de captura de foragidos. O Manual Brasileiro de Investigações de Fugitivos, criado pela Polícia Federal (PF) em 2008, foi adotado pela Interpol como modelo a ser seguido pelo mundo e será lançado amanhã, nas versões em inglês e espanhol, na reunião anual da entidade, em Hanói, capital do Vietnã.

Criada na década de 1920 com a missão de promover, mediante cooperação internacional, a investigação e a prisão de fugitivos, a Interpol editou normas, mas nunca havia produzido um manual global para atender aos seus 191 países membros. A primeira versão será destinada a cerca de cem países. A seguir serão tiradas edições em francês e em outras línguas até que todos os membros sejam alcançados, segundo explicou o delegado Jorge Pontes, representante do Brasil na sede da Interpol, em Lion, França.

Desenvolvido desde 2002, o manual da PF fez a média anual de prisões de criminosos fugitivos saltar de 20 para mais de 50 a partir de 2008, quando foi totalmente implementado. Até outubro deste ano, já foram capturados 44 foragidos, contra 51 no ano passado e 58 em 2009. O número de estrangeiros presos no Brasil, desde então, passou a ser maior que o de criminosos brasileiros presos no exterior. O País figura há dois anos na lista Top 10 da Interpol.

Caíram nas grades, no período, alguns dos foragidos mais procurados pela difusão vermelha internacional, como o israelense Elior Noam Hen, condenado à prisão perpétua por torturar crianças em nome da fé, o americano Shalon Weiss, considerado o maior estelionatário do mundo, condenado a 845 anos de prisão e os traficantes colombianos Mery Valência e Juan Carlos Abadia.


Ex-chefe da Interpol no Brasil, o delegado Pontes coordenou a elaboração do manual e caberá a ele fazer, na reunião, uma exposição sobre os avanços nas técnicas de investigação de fugitivos. O diretor-geral da PF, Leandro Daiello, participará do evento. O manual traz técnicas modernas de investigação, identificação biométrica, cruzamento de dados e rastreamento de foragidos da difusão vermelha da Interpol.

O documento define conceitos, dedica um capítulo à identificação de foragidos e traça até os perfis criminológico e psicológico do fugitivo. Detalha os elementos de planejamento de uma investigação e mostra o que evitar numa busca. Enumera as regras básicas para o cerco global, ensina como seguir os rastros do fujão e mostra a melhor tecnologia a serviço do rastreamento.

A versão mundial traz algumas adaptações. Uma chega a ser curiosa. A expressão "elemento", comum no jargão policial brasileiro, é substituída por outras usuais em inglês e espanhol. "Agora é a PF que empresta sua doutrina e técnica para o mundo", disse Pontes, satisfeito com o fato de o País ter deixado de ser visto como porto seguro para mafiosos, traficantes e delinquentes do mundo inteiro.

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