Protesto em Manama, no Bahrein: o país, um pequeno reino de maioria xiita, é palco, há mais de um ano, de contínuos protestos populares (James Lawler Duggan/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2012 às 16h54.
Manama - Manifestantes opositores e as forças antidistúrbios do reino de Bahrein se enfrentaram nesta sexta-feira, por causa das manifestações pela comemoração dos muçulmanos pelo Al Quds (Dia Mundial de Jerusalém).
Os protestos foram organizados pela coalizão "14 de Fevereiro", que agrupa os partidos políticos que em 2011 iniciaram os protestos para exigir às autoridades do Barhein a introdução de reformas democráticas.
Os participantes das mobilizações carregavam bandeiras palestinas e entoavam palavras de ordem contra a ocupação israelense de Jerusalém Oriental.
A maioria dos protestos, nos quais participaram centenas de pessoas, se transformaram em manifestações contra o governo depois de serem reprimidas pela polícia, que usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para controlar a situação.
Em alguns casos, os manifestantes denunciaram que os agentes destruíram seus veículos.
A violência foi instaurada apesar de as manifestações começarem depois da oração muçulmana da madrugada, uma tentativa para evitar a proibição governamental e o forte desdobramento das forças de segurança nos arredores das cidades.
No ano passado, as celebrações do Al Quds também geraram enfrentamentos em muitos locais do Bahrein, onde desde março de 2011 várias manifestações foram registradas para exigir reformas políticas do país.
O Dia de Jerusalém começou a ser comemorado depois que em 1969, um extremista judeu incendiou a mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém, o terceiro santuário mais sagrado para os muçulmanos depois dos de Meca e Medina, na Arábia Saudita.
O Bahrein, um pequeno reino de maioria xiita, é palco, há mais de um ano, de contínuos protestos populares para pedir reformas políticas que foram reprimidas pela força da monarquia sunita governante.
Desde o início dos protestos, em fevereiro de 2011, cerca de 90 pessoas morreram no país, segundo dados da oposição, que também denunciou detenções indiscriminadas e violações flagrantes dos direitos humanos.