Manifestação anti-imigração em Tel-Aviv choca Israel
Alguns manifestantes atacaram e saquearam lojas de propriedade de africanos e atiraram pedras em vários carros de imigrantes
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2013 às 09h26.
Jerusalém - Um protesto que se transformou em violência racista em Tel Aviv desencadeou nesta quinta-feira uma grande polêmica sobre a presença em Israel de cerca de 60.000 imigrantes ilegais, a maioria sudaneses e eritreus, que entram no país através do Sinai egípcio.
Na quarta-feira à noite, centenas de israelenses ocuparam as ruas do bairro pobre de Hatikva, localizado no sul de Tel Aviv, aos gritos de "sudaneses no Sudão" e outras frases xenófobas, criticando "as belas almas esquerdistas" que defendem os estrangeiros.
Alguns manifestantes atacaram e saquearam lojas de propriedade de africanos e atiraram pedras em vários carros de imigrantes, informou à AFP o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.
A polícia prendeu 20 manifestantes e pediu nesta quinta-feira à justiça para estender a detenção de 16 deles, incluindo quatro menores de idade. A polícia também exigiu a prorrogação da prisão de sete outros jovens acusados de envolvimento em ataques contra imigrantes no início desta semana.
Nenhum imigrante ficou ferido e os reforços policiais permaneceram "na área para manter a calma", disse Rosenfeld.
O ministro do Interior, Elie Yishai, líder do partido religioso Shass, não mediu palavras ao afirmar que devemos "colocar atrás das grades" todos os imigrantes ilegais africanos.
"Eles devem ser colocados em centros de detenção e, em seguida, precisam ser enviados para casa, porque eles chegam para tirar o trabalho dos israelenses. Precisamos proteger o caráter judaico do Estado de Israel", afirmou Yishai à rádio militar.
Se o governo não agir, advertiu Yishai, "em breve eles serão meio milhão ou até um milhão".
Segundo dados oficiais, 60.057 imigrantes ilegais entraram em Israel, vindos principalmente do Sudão, Sudão do Sul e da Eritreia.
Na tentativa de deter esta maré, o governo acelerou a construção de um muro ao longo de 250 km de sua fronteira com o Egito, região que corta o deserto do Sinai. As obras devem ser concluídas até o final do ano.
O ministro do Interior considera, no entanto, que esta medida não será suficiente.
"Mesmo que tenha 12 metros de altura, haverá escadas de 13 metros".
Um deputado do Likud, o partido de direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Miri Regev, que participou da manifestação de quarta-feira, comparou os imigrantes ilegais com "um câncer que se prolifera".
Danny Danon, outro membro do Likud, tem defendido a deportação imediata dos imigrantes ilegais.
Contudo, Ron Huldai, o prefeito de esquerda de Tel Aviv, declarou que "se o governo permite que imigrantes ilegais se estabeleçam em Tel Aviv, é preciso capacitá-los a viver, permitindo-lhes trabalhar".
Na semana passada, o delegado Yohanan Danino também havia declarado que a melhor maneira de combater a criminalidade entre os imigrantes ilegais é capacitá-los para trabalhar.
Yariv Oppenheimer, o líder da associação anti-discriminação A Paz Agora, pediu ao procurador-geral para abrir investigações contra deputados do Likud presentes no evento por "incitação ao ódio racial".
Nesta quinta-feira os jornais falaram sobre o incidente em Tel Aviv: "Raiva, violência e xenofobia em Tel Aviv", foi a manchete do jornal Maariv.
Um dos comentaristas da rádio militar até mesmo falou em "pogrom".
Após uma onda de criminalidade envolvendo imigrantes, seguiu uma discussão acalorada sobre o número de imigrantes africanos ilegais em Israel.
"O fenômeno da infiltração ilegal a partir da África é extremamente grave e ameaça os próprios alicerces da sociedade israelense, a segurança nacional e a identidade nacional", disse Netanyahu no domingo.
Jerusalém - Um protesto que se transformou em violência racista em Tel Aviv desencadeou nesta quinta-feira uma grande polêmica sobre a presença em Israel de cerca de 60.000 imigrantes ilegais, a maioria sudaneses e eritreus, que entram no país através do Sinai egípcio.
Na quarta-feira à noite, centenas de israelenses ocuparam as ruas do bairro pobre de Hatikva, localizado no sul de Tel Aviv, aos gritos de "sudaneses no Sudão" e outras frases xenófobas, criticando "as belas almas esquerdistas" que defendem os estrangeiros.
Alguns manifestantes atacaram e saquearam lojas de propriedade de africanos e atiraram pedras em vários carros de imigrantes, informou à AFP o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.
A polícia prendeu 20 manifestantes e pediu nesta quinta-feira à justiça para estender a detenção de 16 deles, incluindo quatro menores de idade. A polícia também exigiu a prorrogação da prisão de sete outros jovens acusados de envolvimento em ataques contra imigrantes no início desta semana.
Nenhum imigrante ficou ferido e os reforços policiais permaneceram "na área para manter a calma", disse Rosenfeld.
O ministro do Interior, Elie Yishai, líder do partido religioso Shass, não mediu palavras ao afirmar que devemos "colocar atrás das grades" todos os imigrantes ilegais africanos.
"Eles devem ser colocados em centros de detenção e, em seguida, precisam ser enviados para casa, porque eles chegam para tirar o trabalho dos israelenses. Precisamos proteger o caráter judaico do Estado de Israel", afirmou Yishai à rádio militar.
Se o governo não agir, advertiu Yishai, "em breve eles serão meio milhão ou até um milhão".
Segundo dados oficiais, 60.057 imigrantes ilegais entraram em Israel, vindos principalmente do Sudão, Sudão do Sul e da Eritreia.
Na tentativa de deter esta maré, o governo acelerou a construção de um muro ao longo de 250 km de sua fronteira com o Egito, região que corta o deserto do Sinai. As obras devem ser concluídas até o final do ano.
O ministro do Interior considera, no entanto, que esta medida não será suficiente.
"Mesmo que tenha 12 metros de altura, haverá escadas de 13 metros".
Um deputado do Likud, o partido de direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Miri Regev, que participou da manifestação de quarta-feira, comparou os imigrantes ilegais com "um câncer que se prolifera".
Danny Danon, outro membro do Likud, tem defendido a deportação imediata dos imigrantes ilegais.
Contudo, Ron Huldai, o prefeito de esquerda de Tel Aviv, declarou que "se o governo permite que imigrantes ilegais se estabeleçam em Tel Aviv, é preciso capacitá-los a viver, permitindo-lhes trabalhar".
Na semana passada, o delegado Yohanan Danino também havia declarado que a melhor maneira de combater a criminalidade entre os imigrantes ilegais é capacitá-los para trabalhar.
Yariv Oppenheimer, o líder da associação anti-discriminação A Paz Agora, pediu ao procurador-geral para abrir investigações contra deputados do Likud presentes no evento por "incitação ao ódio racial".
Nesta quinta-feira os jornais falaram sobre o incidente em Tel Aviv: "Raiva, violência e xenofobia em Tel Aviv", foi a manchete do jornal Maariv.
Um dos comentaristas da rádio militar até mesmo falou em "pogrom".
Após uma onda de criminalidade envolvendo imigrantes, seguiu uma discussão acalorada sobre o número de imigrantes africanos ilegais em Israel.
"O fenômeno da infiltração ilegal a partir da África é extremamente grave e ameaça os próprios alicerces da sociedade israelense, a segurança nacional e a identidade nacional", disse Netanyahu no domingo.