Mango diz que não autorizou fornecedor que empregava refugiados
A firma de moda espanhola Mango garantiu nesta segunda-feira que não autorizou os serviços da lavanderia turca Goreteks Tekstill
EFE
Publicado em 24 de outubro de 2016 às 10h51.
Londres - A firma de moda espanhola Mango garantiu nesta segunda-feira que não autorizou os serviços da lavanderia turca Goreteks Tekstill, que, segundo uma reportagem da "BBC" britânica, empregava refugiados sírios em situação irregular.
A reportagem que será transmitida hoje revela que várias empresas de moda britânicas como Marks & Spencer e Asos e espanholas, como Mango e Zara, contam na Turquia com fornecedores que empregam refugiados sírios, em alguns casos menores, sem as permissões trabalhistas pertinentes.
No caso da Zara e Mango, os repórteres da equipe investigadora do programa "Panorama" evidenciaram que a lavanderia Goreteks, onde eram tingidos os jeans de ambas marcas, empregava refugiados sírios com turnos de 12 horas e sem a proteção pessoal adequada.
Em comunicado, a Mango garantiu hoje que esta lavanderia "não recebeu nenhuma encomenda no mês de agosto de 2016 (quando a "BBC" foi gravar), não é um fornecedor da Mango e inclusive não consta como fornecedor de nenhuma companhia provedora da Mango".
"Os produtos de Mango achados nas instalações especificadas são uma exceção", sustenta a empresa em sua nota.
"A Mango tomará as medidas apropriadas depois que esclarecer de maneira definitiva a incidência", acrescenta o comunicado.
A empresa explicou, além disso, que, após receber a notificação da "BBC", encarregou uma auditoria urgente e sem prévio aviso à instalação para verificar os fatos.
"Os inspetores comprovaram que trata-se uma fábrica de lavagem de jeans que cumpria com os requisitos, exceto algumas ressalvas no equipamento de proteção do pessoal", mas "em nenhum caso foi detectada mão de obra infantil e nem trabalhadores de nacionalidade síria", afirma.
"A Mango está totalmente comprometida com o mais estrito cumprimento da legislação social e é por isso que tem uma grande equipe dedicada a este propósito desde 2002, que monitora seus fornecedores para evitar qualquer descumprimento de seu código de conduta social, laboral e ambiental", acrescenta a companhia.
Para zelar pelo cumprimento destes requisitos, a firma espanhola estabeleceu um sistema periódico e sem prévio aviso de auditorias a cargo de auditores externos independentes, que estão destinados a "assegurar que os direitos dos trabalhadores das provedores diretamente contratados por Mango são respeitados, e que as condições de trabalho são as adequadas tanto em suas instalações como nas de seus fornecedores". EFE