Malware chinês pode ameaçar rede elétrica e abastecimento de água nos EUA, diz FBI
Agência disse que os EUA recentemente interromperam uma rede de hacking chinesa conhecida como 'Volt Typhoon'
Redatora
Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 06h21.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2024 às 06h24.
O FBI, a agência de inteligência dos Estados Unidos, está "altamente focado" nos esforços chineses para inserir códigos de software maliciosos em redes de computadores, de acordo com o diretor da agência, Christopher Wray. As informações são do jornal britânico Financial Times.
Wray disse que os EUA recentemente interromperam uma rede de hacking chinesa conhecida como Volt Typhoon, que tinha como alvo a infraestrutura americana, incluindo a rede elétrica e o abastecimento de água. As declarações foram dadas após participação na Conferência de Segurança de Munique.
Segundo o diretor, o Volt Typhoon é apenas a ponta do iceberg. Os EUA têm rastreado operações chinesas de posicionamento prévio por mais de uma década, mas Wray disse que elas atingiram um "ponto de ebulição".
Ele disse que a China está cada vez mais inserindo "armas ofensivas dentro de nossa infraestrutura crítica, prontas para atacar sempre que Pequim decidir que é a hora certa".
Em outubro passado, Wray e seus colegas da rede de compartilhamento de inteligência Five Eyes, que inclui EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, realizaram sua primeira reunião pública na tentativa de chamar a atenção sobre a espionagem chinesa.
Segundo o diretor do FBI, a espionagem chinesa também tenta incorporar novas tecnologias, como recursos de inteligência artificial. "Eles já construíram a espionagem econômica e o roubo de dados pessoais e corporativos como uma espécie de pedra fundamental de sua estratégia econômica e estão buscando ansiosamente avanços em IA para tentar acelerar esse processo", disse.
Europa
Alguns especialistas em inteligência alertaram que a China está usando a Europa como primeiro alvo para espionagem porque muitos serviços de segurança têm muito menos recursos do que os EUA. Recentemente, uma operação de espionagem chinesa recrutou um político de extrema-direita na Bélgica, segundo o Financial Times.
No início de fevereiro, agências de espionagem dos Países Baixos disseram que hackers chineses usaram um malware para acessar uma rede militar holandesa no ano passado. A agência, considerada uma das principais em capacidade cibernética da Europa, disse que fez a divulgação para mostrar a escala da ameaça e reduzir o estigma de ser alvo, na esperança de que governos aliados possam melhor compartilhar conhecimento.
Pequim nega quaisquer acusações de ciberataques e espionagem vinculados ou apoiados pelo estado chinês, e acusa os EUA de lançarem seus próprios ciberataques.