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Malvinas finalizam preparativos para referendo

Malvinenses irão às urnas no domingo e na segunda-feira para declarar se querem ou não manter a soberania britânica


	Turista lê jornal com manchete sobre a disputa pelas ilhas Malvinas em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires
 (©afp.com / Alejandro Pagni)

Turista lê jornal com manchete sobre a disputa pelas ilhas Malvinas em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires (©afp.com / Alejandro Pagni)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2013 às 13h29.

Port Stanley - Os malvinenses irão às urnas no domingo e na segunda-feira para declarar se querem ou não manter a soberania britânica, em resposta à reivindicação argentina sobre as ilhas.

Esta será a primeira vez que os moradores destas ilhas do Atlântico Sul, de origem britânica e chamados de kelpers (ilhéus) pela Argentina, se pronunciam em uma consulta sobre seu status político.

Embora a atual população das Malvinas seja de quase três mil pessoas, apenas 1.650 com nacionalidade britânica têm direito a votar, uma vez que é alta a presença de soldados do Reino Unido nas ilhas.

Esta consulta popular conta com o apoio do governo britânico presidido pelo conservador David Cameron, mas não é aceita por Buenos Aires, que a considera ilegal.

A expectativa é que quase 100% das pessoas com direito a voto se pronunciem a favor de continuar como território britânico.

Há quase dois anos, o governo argentino de Cristina Kirchner intensificou a ofensiva diplomática para forçar o Reino Unido a iniciar um processo de negociação sobre a soberania das ilhas, que o país sul-americano reivindica desde 1833.

Segundo a Assembleia Legislativa da ilhas, os eleitores receberão uma cédula na qual deverão responder com um 'sim' ou um 'não' se as Malvinas (Falklands para os britânicos) devem continuar como território de ultramar dependente do Reino Unido.

A pergunta direta feita aos malvinenses será: 'Você quer que as ilhas Falklands mantenham seu status político atual como território do Reino Unido de ultramar?'.

Esta pergunta virá acompanhada por um preâmbulo que indicará que o atual status político do arquipélago é o de território do Reino Unido, que mantém as competências sobre Defesa e Relações Exteriores.

Além disso, o texto explicará que a convocação do referendo responde ao pedido argentino de negociações.

Especificará também que, caso a resposta majoritária seja 'não', será aberto um período de consultas a fim de convocar outro referendo com opções alternativas ao atual status político, segundo o governo local.

As autoridades locais instalaram centros de votação em quatro localidades das duas ilhas principais, Grande Malvina (West Falkland) e Soledad (East Falkland), localizadas a 12.500 quilômetros de Londres e a menos de 500 do litoral argentino.

Os centros estarão em Port Stanley (Puerto Argentino), capital das Malvinas, e Goose Green, ambos na ilha Soledad, enquanto os outros dois são Fox Bay e Port Howard, em Grande Malvina.

Além desses colégios eleitorais, haverá cinco centros de votação móveis, instalados em veículos 4x4 que visitarão alguns lugares mais afastados.

Os malvinenses poderão votar entre 10h (mesmo horário de Brasília) e 18h tanto no domingo como na segunda-feira.

A apuração dos votos começará às 21h da própria segunda e a expectativa é que o resultado seja divulgado uma hora depois, segundo a Assembleia Legislativa, que indicou que haverá observadores internacionais acompanhando a evolução do referendo.

Esta consulta popular acontecerá no momento em que as relações entre Argentina e Reino Unido atravessam um de seus momentos mais críticos, devido às pressões de Buenos Aires para negociar a soberania quase 31 anos depois da Guerra das Malvinas.

O conflito bélico começou depois que a Junta militar da Argentina decidiu ocupar pela força as ilhas no dia 2 de abril de 1982, mas terminou com a rendição argentina em 14 de junho do mesmo ano.

Na guerra morreram 649 argentinos, 255 britânicos e três ilhéus.

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