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Maliki resiste e EUA pressionam por novo governo no Iraque

Premiê xiita fez um pronunciamento na TV no domingo à noite no qual acusa o presidente de etnia curda de atrasar o processo constitucional

Nouri al-Maliki: parlamentares aliados buscam um premiê substituto (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2014 às 09h53.

Bagdá - O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, lutava nesta segunda-feira para se manter no cargo, mobilizando forças em Bagdá , enquanto parlamentares aliados buscam um premiê substituto e os Estados Unidos alertam a ele para não obstruir os esforços pela formação de um novo governo.

Acusado de uma parcialidade obstinada que tem alimentado a violência sectária em um Iraque fragmentado, o premiê xiita fez um pronunciamento na TV no domingo à noite no qual acusa o presidente de etnia curda de atrasar o processo constitucional que prevê a nomeação de um primeiro-ministro após as eleições parlamentares de abril.

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No entanto, o presidente Fouad Masoum rapidamente recebeu respaldo de Washington. Com militantes sunitas do Estado Islâmico ganhando terreno sobre as forças curdas ao norte de Bagdá, os Estados Unidos reforçaram os pedidos para que os iraquianos formem um novo governo de coalizão para tentar dar um fim ao derramamento de sangue, que levou os norte-americanos a realizarem os primeiros ataque aéreos no Iraque desde o fim da ocupação do país, em 2011.

"O processo de formação de um governo é crítico em termos de garantir a estabilidade e a calma no Iraque, e nossa esperança é que o sr. Maliki não conturbe esse processo", disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em comentários pontuais direcionados a Maliki.

"Haverá pouco apoio internacional de qualquer espécie que seja a qualquer coisa que desvie o processo constitucional legítimo que está em voga e sendo trabalhado agora", acrescentou.

Complicando os esforços pela nomeação de um substituto xiita, atitude que parece ter o apoio da liderança religiosa do país e do governo xiita iraniano, a mais alta corte do Iraque decidiu que o bloco político de Maliki, o Estado da Lei, possui a maioria no novo Parlamento.

Isso, de acordo com uma autoridade iraquiana de alto escalão, é "muito problemático" para as tentativas do presidente Masoud de nomear um candidato alternativo a Maliki --uma escolha que segundo membros de seu partido estava próxima de ser tomada.

Enquanto milícias xiitas e forças de seguranças pessoalmente leais a Maliki se mobilizavam por toda Bagdá, o primeiro-ministro fez um pronunciamento desafiador, dizendo que iria processar Masoud judicialmente por violar a constituição ao perder o prazo para pedir ao líder do partido majoritário que forme um novo governo.

No cargo interinamente desde as eleições de 30 de abril, Maliki tem desafiado o clamor de sunitas, curdos, Irã e líderes religiosos xiitas para que deixe o cargo em prol de algum nome menos polarizador.

Críticos têm acusado Maliki de perseguir uma agenda sectária que isola a minoria sunita, empurrando alguns de seus membros a apoiar os militantes do Estado Islâmico, cuja última investida contra o norte do Iraque tem alarmado o governo de Bagdá e seus aliados ocidentais, levando os EUA a realizar uma ataque aéreo nos últimos dias.

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