Mohammad Hasyim, um migrante de 25 anos que chegou de Mianmar à Indonésia com outras 600 pessoas em um barco, num abrigo temporário (REUTERS/Roni Bintang)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2015 às 13h17.
Putrajaya - A Indonésia e a Malásia ofereceram nesta quarta-feira ajuda para receber temporariamente os milhares de imigrantes que estavam à deriva no mar e foram resgatados por um grupo de pescadores, mas apelaram para um socorro internacional, dizendo que a crise é global e não regional.
A reversão de suas posições, após semanas afirmando que não aceitariam os imigrantes, veio depois que mais de 430 pessoas famintas foram resgatadas por um grupo de pescadores indonésios, que as levaram até a província de Aceh.
Um dos pescadores que lideraram o resgate disse que quando ele avistou a embarcação de madeira e viu os imigrantes gritando por ajuda, começou a chorar.
"Quando chegamos perto, fiquei chocado. Vi todos amontoados no barco. Fiquei sem palavras e comecei a chorar", Razali Puteh, de 40 anos. Os imigrantes começaram então a pular da embarcação e nadar em direção ao barco do pescador, que falou para eles aguardarem que ele voltaria com outros barcos.
Nas últimas três semanas, mais de 3 mil imigrantes que fugiram da perseguição em Mianmar e da pobreza em Bangladesh desembarcaram em barcos superlotados nas margens de países do sudeste asiático.
Grupos de ajuda estimam que outros milhares estão encalhados no mar na sequência de uma repressão aos traficantes de seres humanos que levou capitães e contrabandistas a abandonar seus barcos.
Além disso, o governo da Gâmbia disse ontem que está disposto a reinstalar os imigrantes. "São seres humanos e companheiros muçulmanos. Devemos ajudar a aliviar os incontáveis dificuldades e sofrimentos destas pessoas".
Em comunicado, o governo da Gâmbia alertou todos os países a terem consciência para ajudar e levar os imigrantes até Gâmbia.
Yahya Jammeh, presidente de Gâmbia, na África, tem sido acusado violentamente de reprimir os seus adversários políticos. Ele também ameaçou decapitar gays e lésbicas que vivem lá. Fonte: Associated Press.