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Mais de 800 milhões vão às urnas na Índia

Oitocentos e quatorze milhões de indianos começaram a votar nas maiores eleições legislativas do mundo

Idosa exibe o dedo manchado de tinta após votar, na Índia: pesquisas apontam que parte dos eleitores busca uma mudança, depois de anos da esquerda no poder (AFP)

Idosa exibe o dedo manchado de tinta após votar, na Índia: pesquisas apontam que parte dos eleitores busca uma mudança, depois de anos da esquerda no poder (AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 13h16.

Dibrugarh - Oitocentos e quatorze milhões de indianos começaram a votar nesta segunda-feira nas maiores eleições legislativas do mundo, que poderão levar ao poder a oposição nacionalista hindu, em detrimento do Partido do Congresso, da família Gandhi, em um contexto de pouco crescimento, corrupção e distúrbios religiosos.

As pesquisas apontam que parte dos eleitores, particularmente os jovens preocupados com a falta de emprego e cansados da corrupção, buscam uma mudança, depois de dez anos da esquerda no poder.

O favorito para assumir o posto de primeiro-ministro é Narendra Modi, que já governou o estado de Gujarat três vezes. Ele é filho de um vendedor de chá e se destacou pelo Partido do Povo Indiano (BJP).

Direitista, marcado por conflitos religiosos e às vezes visto de maneira hostil pelos muçulmanos, ele anuncia que pretende realizar reformas para recuperar a economia e criar empregos.

"Nos últimos seis meses, em todo o país, tem se falado de mudar o futuro da Índia, de desenvolvimento, de emprego para os jovens e de respeito às mulheres", afirmou Modi, em um comício na quinta-feira passada.

As pesquisas eleitorais - não muito confiáveis, por fracassos no passado - indicam que o BJP pode se tornar a maior bancada do Congresso, que conta com 543 cadeiras.

Não deve ter maioria absoluta, sendo obrigado que governar em uma coalizão em um país com inúmeros partidos regionais. Muitas vezes, essas formações são lideradas por populistas, que apresentam planos mirabolantes para obter apoio.

Esta será a maior eleição da história, já que 814 milhões de pessoas - 100 milhões a mais do que há cinco anos - poderão votar, em cerca de 1 milhão de colégios eleitorais, ao longo de seis semanas. Mais da metade da população tem menos de 25 anos.

A economia cresceu, em média, 7,6% na última década. Mas uma desaceleração registrada a partir de 2012 derrubou a rúpia, os investimentos e a criação de empregos, em um duro golpe no Partido do Congresso.

Modi elegeu a indústria e a infraestrutura como prioridades, em um país onde milhões de jovens entram no mercado de trabalho a cada ano, a maioria com poucas chances de encontrar emprego no setor formal.


Também prometeu combater a corrupção, considerada endêmica depois de uma série de escândalos no segundo mandato do governo do Partido do Congresso.

Diversidade religiosa

Muitos observadores estão preocupados com o impacto interno do resultado , principalmente devido à questão religiosa.

Modi é um nacionalista hindu, grupo geralmente hostil aos muçulmanos, e ficou marcado por distúrbios religiosos em Gujarat em 2002.

Mais de 1.000 pessoas, a maioria muçulmanas, morreram em uma explosão de violência quando Modi era o governador. O episódio levou a um boicote dos Estados Unidos e da Europa ao político, que durou mais de uma década.

A punição chegou ao fim recentemente, quando ficou clara a possibilidade de vitória nas eleições. O embaixador americano em Nova Délhi se reuniu com o candidato pela primeira vez em fevereiro.

Sua responsabilidade no massacre nunca foi comprovada, apesar de diversas investigações, mas uma secretária de seu governo foi condenada à prisão perpétua em 2012 por orquestrar uma das piores matanças.

Seu principal oponente é Rahul Gandhi, de 43 anos, representante da quarta geração da dinastia de sua família. É a primeira vez que ele se candidata ao Congresso.

Sem experiência no governo e fora da política até pouco tempo, Gandhi pode levar seu partido - dirigido pela sua mãe, Sonia - ao pior resultado de sua história, segundo pesquisas.

Entre os chefes regionais populistas que podem participar de uma eventual coalizão no governo estão uma estrela de cinema, um anti-comunista e um homem de baixa casta famoso por fazer estátuas de elefantes.

A votação vai durar até 12 de maio. Os resultados serão divulgados em 16 de maio.

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