Refugiados à deriva após naufrágio: a organização registrou nos últimos dias um aumento do número de chegadas à Grécia, com a média de 70 a 80 embarcações por dia (REUTERS/Alkis Konstantinidis)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2015 às 11h28.
Mais de 600.000 migrantes e refugiados chegaram à Europa após uma viagem pelo Mediterrâneo desde o início de 2015, e mais de 3.100 morreram ou estão desaparecidos, anunciou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
No total, mais de 613.000 migrantes e refugiados atravessaram o Mar Mediterrâneo: 473.000 chegaram à Grécia e 137.000 às costas da Itália, segundo a OIM.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), a maioria dos refugiados são sírios. Na Grécia, representam 69% das chegadas.
O porta-voz do Acnur, Adrian Edwards, afirmou que a organização registrou nos últimos dias um aumento do número de chegadas à Grécia, com a média de 70 a 80 embarcações por dia.
"O aumento pode ser consequência de uma melhora temporária das condições meteorológicas, de uma aceleração ante a chegada do inverno e pode estar relacionada com o temor de que as fronteiras europeias serão fechadas em breve", explicou Edwards em Genebra.
A chegada de milhares de refugiados e migrantes aumentou a tensão na já caótica situação na ilha grega de Lesbos.
"Os funcionários do Acnur foram retirados brevemente de um centro de registro ante uma explosão de violência", contou Edwards.
Segundo o Acnur, "há entre 3.500 e 4.000 pessoas na costa norte da ilha", mas as viagens de ônibus foram suspensas porque os centros de recepção estão saturados.
Os refugiados percorrem a pé os 70 quilômetros que separam a costa de Mitilene, principal cidade de Lesbos.
O porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Christophe Boulierac, afirmou que a chuva e o frio são os principais desafios para os migrantes, especialmente quando chegam aos Bálcãs.
Boulierac disse que uma "missão do Unicef na Alemanha recebeu informações sobre várias denúncias de incidentes, atos de violência e abusos relacionados com o sexo nos centros de recepção".
Segundo o porta-voz, os próprios migrantes cometem a maioria dos abusos.