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Mais de 100 mil lembram massacre da Praça da Paz Celestial

Os manifestantes também exigiram uma maior liberdade democrática para a China e a ex-colônia britânica

Multidão lembra massacre da Praça da Paz Celestial, em Hong Kong (REUTERS/Paul Yeung)

Multidão lembra massacre da Praça da Paz Celestial, em Hong Kong (REUTERS/Paul Yeung)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 06h51.

Hong Kong - No 25º aniversário do massacre de Praça da Paz Celestial, mais de 100 mil pessoas se reuniram em Hong Kong para lembrar o trágico episódio e exigir maior liberdade democrática para a China e a ex-colônia britânica.

A vigília de 4 de junho, que todos os anos enche o parque Victoria de Hong Kong de velas em memória das vítimas que morreram durante a repressão do governo chinês aos protestos estudantis de 1989 na Praça da Paz Celestial, em Pequim, teve recorde de comparecimento neste aniversário.

Segundo a organização, foram mais de 180 mil participantes, enquanto fontes policiais estimaram em 99,5 mil pessoas.

Os participantes começaram a chegar ao parque horas antes da grande reunião, a única mobilização em relação ao episódio que é permitida em toda a China, para exigir que o regime comunista acabe com o silêncio e relate o que aconteceu em 1989.

A vigília, organizada pela Aliança de Hong Kong em Apoio aos Movimentos Democráticos Patrióticos da China, começou com a divulgação de um vídeo sobre os líderes do movimento democrático, que viveu seu máximo apogeu em junho de 1989 em Pequim.

O advogado e ativista de direitos humanos na China, Teng Biao, disse aos milhares de presentes que a "caça" de dissidentes e defensores dos direitos humanos continua no país por parte das autoridades e desejou que, algum dia, possa acontecer em Pequim um evento como de hoje em Hong Kong.

"Em Hong Kong, muitos cidadãos saíram às ruas para mostrar apoio aos estudantes de Pequim, ver as pessoas unidas foi algo novo e diferente para Hong Kong", explicou à Agência Efe Eavan McDonald, que vivia na cidade em junho de 1989.

"Também foi um momento de medo e de incerteza sobre o nosso futuro. Lembro que o edifício do Banco da China (um dos arranha-céus mais simbólicos da cidade) estava em construção e os trabalhadores penduraram um cartaz com letras em vermelho simbolizando o sangue derramado pelo governo", acrescentou.

Assim como em anos anteriores, ativistas, testemunhas e sobreviventes da repressão pedem em Hong Kong a implantação de um sistema democrático e aberto na China.

O governo chinês nunca publicou um número oficial de vítimas assassinadas durante a repressão, nem se desculpou pelas ações militares.

A vigília também mostra o interesse dos cidadãos de Hong Kong, que exigem uma maior abertura democrática para a ex-colônia britânica com a instauração do voto universal, uma medida que o governo de Pequim prometeu para as próximas eleições, em 2017, mas ainda não confirmou.

Enquanto acontecia a vigília, do outro lado do porto de Victoria, no bairro de Tsim Sha Tsui, centenas de pessoas se reuniam em uma manifestação para exigir o voto universal no território autônomo.

Hong Kong mantém seu próprio sistema econômico e legislativo em relação à China desde que foi devolvida aos asiáticos pelo governo britânico em 1997, em virtude do princípio de "um país, dois sistemas", que também permite maior liberdade de expressão. 

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