Mais da metade dos alemães considera o Islã uma ameaça
Mais da metade dos alemães considera o Islã uma ameaça, e 61% acreditam que a religião é incompatível com o mundo ocidental
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2015 às 15h25.
Berlim - Mais da metade dos alemães (57%) considera o Islã uma ameaça e 61% acreditam que esta religião é incompatível com o mundo ocidental, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira pelo site da revista Die Zeit.
A pesquisa foi realizada pela fundação alemã Bertelsmann, em novembro, ou seja, muito antes do atentado de quarta-feira, em Paris , contra o semanário francês Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos.
Segundo a pesquisa, 40% dos questionados se sentem "estrangeiros em seu próprio país".
E 24% dos pesquisados gostariam da proibição da imigração de muçulmanos à Alemanha, um país de 81 milhões de habitantes, dos quais quatro milhões são muçulmanos, em sua maioria turcos ou de origem turca.
Diante de uma sensação de xenofobia crescente na Alemanha, a chanceler alemã, Angela Merkel, tentou acalmar os ânimos nesta quinta-feira ao ser indagada sobre a convivência entre muçulmanos e não muçulmanos no país depois do atentado de Paris.
"Temos boas relações com a grande maioria dos muçulmanos na Alemanha. Todos foram claros em suas declarações sobre os atentados terroristas", afirmou Merkel.
A chanceler lamentou que existam pessoas no país que tenham se unido aos jihadistas e que a Alemanha manterá as medidas de segurança existentes.
"Fazemos todo o possível para que as pessoas de todas as fés, judeus, cristãos, muçulmanos ou qualquer religião que seja estejam protegidos da mesma maneira", enfatizou.
Preconceitos
A fundação destaca que esta hostilidade ao Islã parece muito difundida, do eleitorado conservador à esquerda, passando pela classes média. Um indício disso são as manifestações realizadas desde outubro em Dresden (leste) pelo movimento anti-islã Pegida, que contam com a participação de neonazistas, militantes de ultradireita e cidadãos comuns.
"Para os muçulmanos, a Alemanha é sua casa. Mas eles estão confrontados com uma imagem negativa projetada por uma minoria de islamitas radicais", analisou o pesquisador da Bertelsmann, Yasemin al Menouar, que participou na elaboração da enquete.
A fundação Bertelsmann também indica que esta islamofobia é comparável ao antissemitismo no século XIX, e lembra que a porcentagem de alemães que consideram o Islã incompatível com o Ocidente passou de 52% em 2012 a 61% atualmente.
O especialista da imprensa Kai Hafez, co-autor do estudo, destaca a responsabilidade dos meios de comunicação, que frequentemente veiculam uma imagem negativa do Islã.
Como se observa, muita gente só ouviu falar desta religião através "da organização Estado Islâmico, da violência, dos salafistas", ou ainda da opressão às mulheres e da rejeição aos valores democráticos, afirma Hafez, professor da universidade de Erfurt.
A pesquisa foi realizada em novembro com 937 pessoas não muçulmanas.
A fundação Bertelsmann também interrogou muçulmanos da Alemanha. Segundo ela, as pessoas de origem estrangeira de segunda ou terceira geração são mais religiosas que seus pais. A grande maioria se reconhece nos valores da democracia e da Constituição alemã.
Berlim - Mais da metade dos alemães (57%) considera o Islã uma ameaça e 61% acreditam que esta religião é incompatível com o mundo ocidental, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira pelo site da revista Die Zeit.
A pesquisa foi realizada pela fundação alemã Bertelsmann, em novembro, ou seja, muito antes do atentado de quarta-feira, em Paris , contra o semanário francês Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos.
Segundo a pesquisa, 40% dos questionados se sentem "estrangeiros em seu próprio país".
E 24% dos pesquisados gostariam da proibição da imigração de muçulmanos à Alemanha, um país de 81 milhões de habitantes, dos quais quatro milhões são muçulmanos, em sua maioria turcos ou de origem turca.
Diante de uma sensação de xenofobia crescente na Alemanha, a chanceler alemã, Angela Merkel, tentou acalmar os ânimos nesta quinta-feira ao ser indagada sobre a convivência entre muçulmanos e não muçulmanos no país depois do atentado de Paris.
"Temos boas relações com a grande maioria dos muçulmanos na Alemanha. Todos foram claros em suas declarações sobre os atentados terroristas", afirmou Merkel.
A chanceler lamentou que existam pessoas no país que tenham se unido aos jihadistas e que a Alemanha manterá as medidas de segurança existentes.
"Fazemos todo o possível para que as pessoas de todas as fés, judeus, cristãos, muçulmanos ou qualquer religião que seja estejam protegidos da mesma maneira", enfatizou.
Preconceitos
A fundação destaca que esta hostilidade ao Islã parece muito difundida, do eleitorado conservador à esquerda, passando pela classes média. Um indício disso são as manifestações realizadas desde outubro em Dresden (leste) pelo movimento anti-islã Pegida, que contam com a participação de neonazistas, militantes de ultradireita e cidadãos comuns.
"Para os muçulmanos, a Alemanha é sua casa. Mas eles estão confrontados com uma imagem negativa projetada por uma minoria de islamitas radicais", analisou o pesquisador da Bertelsmann, Yasemin al Menouar, que participou na elaboração da enquete.
A fundação Bertelsmann também indica que esta islamofobia é comparável ao antissemitismo no século XIX, e lembra que a porcentagem de alemães que consideram o Islã incompatível com o Ocidente passou de 52% em 2012 a 61% atualmente.
O especialista da imprensa Kai Hafez, co-autor do estudo, destaca a responsabilidade dos meios de comunicação, que frequentemente veiculam uma imagem negativa do Islã.
Como se observa, muita gente só ouviu falar desta religião através "da organização Estado Islâmico, da violência, dos salafistas", ou ainda da opressão às mulheres e da rejeição aos valores democráticos, afirma Hafez, professor da universidade de Erfurt.
A pesquisa foi realizada em novembro com 937 pessoas não muçulmanas.
A fundação Bertelsmann também interrogou muçulmanos da Alemanha. Segundo ela, as pessoas de origem estrangeira de segunda ou terceira geração são mais religiosas que seus pais. A grande maioria se reconhece nos valores da democracia e da Constituição alemã.