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Mais 7 pessoas internadas na Espanha com suspeita de ebola

Teresa Romero, a enfermeira que se tornou a primeira pessoa a contrair o vírus fora da África, está em estado grave

Javier Romero, marido de enfermeira: agora há 14 pessoas na unidade de isolamento no sexto andar do hospital (Andrea Comas/Reuters)

Javier Romero, marido de enfermeira: agora há 14 pessoas na unidade de isolamento no sexto andar do hospital (Andrea Comas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2014 às 10h18.

Madri - Sete pessoas se apresentaram na noite de quinta-feira em uma unidade de isolamento de Ebola em Madri, onde Teresa Romero, a enfermeira que se tornou a primeira pessoa a contrair o vírus fora da África, está em estado grave.

O alarme sobre o alastramento do Ebola pela Europa cresceu nesta sexta-feira após a Macedônia ter dito que estava fazendo testes para detectar o vírus em um britânico que morreu horas depois de ser internado em um hospital na capital, Skopje, na quinta-feira. Um hospital de Praga estava realizando testes em checo de 56 anos com sintomas do vírus.

Na Espanha, aumentaram as críticas a Teresa Romero, que foi infectada no hospital enquanto tratava de dois missionários espanhóis que contraíram febre hemorrágica no oeste da África - onde o Ebola já matou cerca de 4.000 pessoas - e permaneceu sem ser diagnosticada por dias apesar de ter relatado seus sintomas.

As sete novas internações incluem duas cabeleireiras que haviam feito um tratamento de beleza em Teresa antes de ela ser diagnosticada com Ebola, e funcionários do hospital que haviam tratado da enfermeira de 44 anos.

O Hospital Carlos 3.º disse que todos se haviam apresentado voluntariamente para serem monitorados por sinais da doença.

Segundo uma porta-voz do hospital, agora há 14 pessoas na unidade de isolamento no sexto andar do prédio, incluindo Teresa, seu marido e funcionários do setor de saúde que cuidaram dela desde que ela foi internada na segunda-feira. Até agora, ninguém testou positivo para a doença exceto Teresa, cuja condição foi descrita como grave, mas estável.

O vírus do Ebola causa febre, vômito e diarreia, e às vezes hemorragia interna, e é propagado através do contato direto com fluídos corporais. Cerca de metade dos infectados no oeste africano morreram.

Sindicatos trabalhistas acusaram o governo de buscar atribuir a culpa a Teresa por suas falhas no sistema de saúde, após a União Europeia ter pedido que a Espanha explicasse como o vírus poderia ter saído de uma ala de alta segurança.

A principal autoridade regional de saúde de Madri, Javier Rodríguez, disse que Teresa demorou muito tempo para admitir que ela tinha cometido um erro ao tocar no próprio rosto com a luva de seu traje protetor enquanto a tirava. “Ela demorou dias para reconhecer que poderia ter cometido um erro ao tirar seu traje. Se ela tivesse dito antes, nos teria economizado muito trabalho”, disse ele em uma entrevista a uma rádio.

O jornal El Mundo, nesta sexta-feira, publicou uma charge mostrando o primeiro-ministro Mariano Rajoy e outras autoridades do partido governante apontando para a enfermeira sob a legenda: “Protocolo para transmissão de culpa”. “Eles encontrarão um jeito de culpá-la”, disse o irmão de Teresa, José Ramon, ao jornal El Pais. “Basicamente, minha irmã fez seu trabalho… e foi infectada com Ebola.”

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